10 jul, 2024 - 09:45 • Eva Massy, correspondente da Renascença em Paris
A coligação de esquerda que ficou à frente nas eleições de França deste domingo tem insistido que o novo primeiro-ministro deve vir do seu campo e prometeu apresentar um candidato nesta semana.
Começaram a manifestar-se alguns candidatos. O chefe dos socialistas, Olivier Faure, declarou-se "disponível" e "pronto" para assumir a função. Avançaram-se outros nomes como o de Marine Tondelier, líder dos Verdes, ou a deputada Clémence Guetté, da França Insubmissa, o principal partido da coligação de esquerda.
As negociações continuam, à porta fechada, numa corrida contra o tempo. O grupo enfrenta algumas dificuldades internas, devido ao equilíbrio de poder entre as diferentes forças e à figura altamente polémica de Jean-Luc Mélenchon.
Entretanto, a ala mais conservadora do campo de Emmanuel Macron não exclui uma possível aliança com a direita republicana.
Todas as forças políticas procuram uma maioria ou um apoio suficiente para resistir a uma possível moção de censura, que viria derrubar, uma vez mais, o Governo.
O grande ausente é o próprio Presidente da França. Macron, mais isolado do que nunca, viaja até Washington para participar na cimeira da NATO e permanece em silêncio no pós-eleições.
Os franceses continuam a não saber qual é a posição do chefe de Estado, depois de ter sido sua a decisão de convocar as eleições que resultaram num Parlamento dividido, em que esquerda, centro e extrema-direita procuram os equilíbrios de forças que lhes permitam uma posição de força.