11 jul, 2024 - 00:52 • Alexandre Abrantes Neves
O major-general Arnaut Moreira considera que o “legado de Trump é de reforço da NATO” e que, por isso, “não vão surgir entraves” se o republicano vencer as eleições presidenciais norte-americanas de novembro.
Em declarações à Renascença, o especialista militar pede aos aliados para se preocuparem mais com o Presidente russo, Vladimir Putin, - que “é o verdadeiro inimigo da aliança” - do que com as escolhas que “apenas dependem” do povo norte-americano.
“Trump já esteve na Casa Branca e a NATO não acabou. Antes pelo contrário, os países europeus viram-se obrigados a reforçar a sua posição na NATO. Portanto, o legado de Trump é um reforço da NATO e não o contrário. Esta ideia de que Trump vai destruir a NATO parece-me francamente exagerada. O inimigo da NATO é Vladimir Putin. É sobre isso que nos temos de concentrar”, defende.
Sobre a meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor da Defesa, o militar não está certo de que o objetivo venha a ser finalmente cumprido por todos os membros da NATO e prefere esperar para ver se “saem números muito específicos desta cimeira”.
Explicador Renascença
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Ainda assim, e independentemente do que for decidido, Arnaut Moreira alerta que “nos países mais pobres, 2% do PIB não dá para reforçar as necessidades de Defesa” e que esses aliados vão ser obrigados a aumentar a percentagem.
Já quanto ao comunicado final da cimeira, que deve ser conhecido esta quinta-feira, Arnaut Moreira aponta uma necessidade “óbvia”: aumentar parcerias com países chave nos oceanos Índico e Pacífico, como a Coreia do Sul.
“Não apenas a questão do Médio Oriente, mas no texto veremos sobretudo o Indo-Pacífico. Hoje em dia quem apoia a Ucrânia é a Coreia do Sul, o Japão, a Austrália, a Nova Zelândia, etc. Portanto, os problemas do Indo-Pacífico também têm que ser olhados do ponto de vista desta retribuição pela segurança global, do ponto de vista dos instrumentos que o Ocidente dispõe para os ajudar”, remata.