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Guerra Israel-Hamas

Hamas nega ter abandonado negociações com Israel depois dos ataques do fim-de-semana

15 jul, 2024 - 15:52 • Reuters

Raides em Gaza dos últimos dias provocaram pelo menos 141 mortos.

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Um alto funcionário do Hamas afirmou este domingo que o grupo islamista não se retirou das negociações de cessar-fogo com Israel, apesar dos violentos ataques realizados este fim de semana em Gaza, que Israel garante terem tido como alvo o líder militar do grupo, Mohammed Deif.

No entanto, Izzat El-Reshiq, membro do gabinete político do Hamas, não tem dúvidas de que Israel tentou inviabilizar os esforços dos mediadores árabes e dos Estados Unidos para chegar a um acordo de cessar-fogo, ao ter intensificado os seus ataques no enclave nos últimos dias.

O raide de sábado na zona de Khan Younis, em Gaza, matou pelo menos 90 palestinianos, segundo as autoridades de saúde locais e fez perigar as negociações. Isto numa altura que surgiam sinais cada vez mais esperançosos de que poderia ser alcançado um acordo para interromper os combates e libertar os reféns mantidos em Gaza.

Fontes da comitiva egípcia que participa nas negociações de cessar-fogo em Doha e no Cairo disseram no sábado que o diálogo tinha sido interrompido após três dias de trabalho intenso.

Esperava-se que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reunisse o seu círculo próximo de ministros ainda este domingo para discutir os resultados.

O ataque de sábado, que teve como alvo Deif, acabou por matar Rafah Salameh, comandante da brigada do Hamas em Khan Younis, alegaram os militares israelitas no domingo, mas não houve confirmação sobre o que terá acontecido com Deif.

“O ataque em Khan Younis foi resultado de informação cirúrgica”, contrapôs o chefe do serviço de segurança israelita. Shin Bet garantiu que 25 agentes do Hamas que participaram no ataque mortal de 7 de outubro no sul de Israel, evento que desencadeou a atual guerra, foram mortos na semana passada.

No sábado, um alto funcionário do Hamas negou que Deif tivesse sido morto e o grupo sugeriu que as alegações israelitas eram apenas um pretexto para justificar o ataque.

O chefe militar de Israel declarou no domingo, num comunicado realizado através da televisão, que o Hamas estava a esconder a verdade sobre Deif, mas não chegou a esclarecer se este estava vivo ou morto.

141 mortos em apenas 24 horas

Já este domingo, as forças israelitas avançaram no domingo com bombardeamentos aéreos e terrestres em várias zonas da Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, a maioria das quais deslocadas pela guerra.

Um ataque a uma escola gerida pela ONU no campo de Nuseirat, um dos oito campos de refugiados de longa data de Gaza, matou 15 palestinianos e feriu dezenas de outros, disseram responsáveis de saúde e meios de comunicação do Hamas.

Os militares israelitas disseram que o local foi utilizado como base para os combatentes do Hamas atacarem as forças israelitas e disseram que foram tomadas várias medidas para limitar o risco de ferir civis, incluindo o uso de munições e informações precisas.


Os moradores disseram que dois mísseis atingiram o piso superior da escola, não muito longe do mercado local do campo, geralmente ocupado por compradores e onde as famílias deslocadas também se abrigaram.

No início do domingo, outra sequência de ataques aéreos israelitas atingiu quatro casas na Cidade de Gaza que mataram pelo menos 16 palestinianos e feriram dezenas de outros, alegaram os médicos locais.

O ministério da Saúde de Gaza afirmou que pelo menos 38.584 palestinianos foram mortos e 88.881 outros ficaram feridos na ofensiva militar de Israel desde 7 de outubro.

As mesmas fontes contabilizaram 141 palestinianos mortos por ataques militares israelitas na Faixa de Gaza entre sábado e domingo. Há muitas semanas que não se registava um número tão elevado de vítimas em apenas 24 horas.

O ministério da Saúde de Gaza não faz distinção entre combatentes e não-combatentes, mas as autoridades dizem que a maioria dos mortos durante a guerra foram civis.

Israel reconhece ter perdido 326 soldados em Gaza e afirma que pelo menos um terço das vítimas palestinianas são combatentes.

A guerra começou depois de um ataque liderado pelo Hamas dentro de Israel, a 7 de outubro, que matou 1.200 pessoas, a maioria civis, e fez cerca de 250 reféns que foram levados para Gaza, referem as autoridades israelitas.

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