16 jul, 2024 - 13:55 • João Carlos Malta
O presidente argentino Javier Milei anunciou novas regras de acesso aos jornalistas ao palácio presidencial, conhecido como Casa Rosada.
Manuel Adorni, porta-voz do Presidente da Argentina, anunciou, no que está a ser interpretado como uma nova forma de pressão sobre os meios de comunicação social locais, que o Executivo está a trabalhar numa resolução para permitir o acesso à sala dos jornalistas na sede do Governo a “jornalistas de alto nível, com experiência e oriundos de meios de comunicação altamente reconhecidos”, segundo o jornal "El País".
Para Adorni, estes jornalistas devem “sentir que é uma honra estar na Casa Rosada a cobrir o que acontece com o presidente”.
“Vamos criar uma sala de imprensa de elite, de jornalistas que possam demonstrar que merecem estar próximos do presidente da nação”, declarou Adorni ao canal LN+.
O porta-voz garantiu que durante anos a decisão de credenciar ou não um meio de comunicação “tem sido tratada manualmente” e que o que o Executivo argentino ambiciona é imitar a Casa Branca na busca da “excelência”.
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A ideia é credenciar os meios de comunicação de acordo com “o seu alcance, a sua audiência, e exigindo também determinadas características do jornalista em termos de experiência (...)”.
Na Argentina, este movimento de Milei é visto como parte de “uma guerra contra o jornalismo”. E esta, segundo os meios locais, não é a primeira tentativa de controlar a livre atividade dos profissionais. Já houve polémica com a agência de notícias Télam. Há também uma tentativa de recuperar a legislação de 1944 para controlar quem pode trabalhar como jornalista, segundo o El País.
Além disso, durante este período no poder, o gabinete do Presidente tem feito acusações contra jornalistas, por vezes com nomes e apelidos, o que pode ter consequências graves.
Milei atacou jornalistas de todas as ideologias. O El País recolheu uma série de adjetivos que tem dedicado aos profissionais dos media: “mentirosos”, “caluniadores em série”, “corruptos”, “envolvidos”, “profetas da única verdade”, “violentos” e “imbecis” são alguns dos as expressões.
O líder da extrema-direita afirmou ainda que “provavelmente o lugar no mundo onde o jornalismo está mais podre é na Argentina”.
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