19 jul, 2024 - 19:42 • Ricardo Vieira, com agências
Pelo menos 105 pessoas morreram nos últimos dias no Bangladesh em confrontos entre estudantes e a polícia, avançou esta sexta-feira a agência de notícias AFP.
A onda de violência no país foi desencadeada após o Governo aprovar uma legislação que impõe quotas de empregos na função pública.
Como resposta aos confrontos graves que assolam o Bangladesh, o executivo decidiu esta sexta-feira impor o recolher obrigatório e destacar o Exército para as ruas.
As telecomunicações também foram cortadas esta sexta-feira e os canais de notícia deixaram de emitir.
A polícia também anunciou a detenção de um dos principais opositores, Ruhul Kabir Rizvi Ahmed, dirigente do Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP).
O alto-comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Turk, condenou a repressão a criticou os ataques "particularmente chocantes e inaceitáveis" contra os manifestantes estudantis.
"As manifestações são enormes e é talvez o mais sério desafio" enfrentado pela primeira-ministra Sheikh Hasina, no poder desde 2009, declarou à AFP Pierre Prakash, diretor do Crisis Group Asie sediado em Banguecoque.
As manifestações quase diárias iniciadas no início de julho destinam-se a obter o fim das quotas de admissão no funcionalismo público, com mais de metade reservadas a grupos específicos, em particular aos filhos dos veteranos da guerra de libertação do país contra o Paquistão em 1971 e que favorecem as elites próximas do poder.
Com 170 milhões de habitantes, o Bangladesh é um país assolado por um desemprego massivo entre os diplomados.