29 jul, 2024 - 11:25 • Redação
A Comissão Europeia vai impor o pagamento de impostos às grandes plataformas de venda online chinesas, como a Aliexpress, Temu ou Shein.
As plataformas de comércio eletrónico da China causaram um grande impacto no comércio ocidental aplicando uma receita conhecida: produção de baixo custo, envios diretos através de canais logísticos poderosos e um lucro baixíssimo. Tornaram-se gigantes mundiais e dominam o mercado de inúmeros produtos: da moda à eletrónica.
Mas para este sucesso há um elemento decisivo: os impostos. Estas gigantes do comércio online só começaram a pagar IVA a partir de julho de 2021, estando ainda isentas de tarifas aduaneiras e de tarifas para envios com um valor inferior a 150 euros.
"Com base na investigação, a Comissão concluiu que(...)
A Comissão Europeia não tem dúvidas de que as plataformas chinesas praticam concorrência desleal. Por isso, segundo o jornal britânico Financial Times, este verão vai propor a eliminação do mínimo de 150 euros para impor direitos aduaneiros a todos as encomendas que venham de fora da UE, e não apenas da China.
Trata-se de uma medida que já foi proposta em maio do ano passado e que visa proteger a indústria local encarecendo os produtos chineses. O mesmo aconteceu com os carros elétricos do gigante asiático, que custam agora até 38,1% mais devido às tarifas que entraram em vigor este mês.
No ano passado, entraram desta forma na União Europeia 2,3 mil milhões de euros, noticia a La Voz da Galicia.
O mesmo jornal espanhol diz que os comerciantes locais afirmam que esta forma de atuar está a destruir os seus negócios. “Não posso competir porque tenho custos muito mais elevados: tenho de pagar a renda da loja e salários que nada têm a ver com os chineses”, diz Marina Fernández, que gere uma loja de iluminação em Bilbau.
“Alguns criticam que muito do que vendemos também é fabricado na China, mas não têm em conta o trabalho que fazemos para garantir a qualidade do produto e o serviço ao cliente após a compra”, defende.
Em fevereiro passado, uma associação de fabricantes europeus de brinquedos comprou 19 peças diferentes à Temu e analisou-as minuciosamente: nenhuma cumpria as normas e 18 representavam um perigo grave para as crianças.
“Não é apenas um problema de qualidade que reduz a vida útil das coisas. Pode também representar um perigo para a segurança”, acrescenta Fernández.
Os Estados Unidos propõem-se fazer exatamente o mesmo. Até porque, do outro lado do Atlântico, as regras são ainda mais favoráveis ao comércio online chinês: todos os produtos que custem menos de 800 dólares entram sem pagar qualquer imposto.
Esta é conhecida como a regra de minimis, e no ano passado mais de mil milhões de remessas beneficiaram dela – mais 53% do que em 2022 – com um valor estimado de 54,5 mil milhões de dólares. Em oito anos, o volume destas compras multiplicou-se por 6,4.
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