31 jul, 2024 - 07:21 • André Rodrigues , Jaime Dantas
"Um dia pesado, mas as pessoas tentam manter o seu ritmo normal de vida". É assim que Rita Dieb, uma portuguesa que vive no Líbano há 20 anos, descreve à Renascença o que sente a população após o ataque israelita à capital do Líbano e da morte do líder do Hamas em Teerão, na madrugada desta quarta-feira.
A ofensiva aérea que terá alegadamente resultado na morte do comandante do grupo xiita Hezbollah, Fuad Shukr, não deixa os libaneses "nada tranquilos" mas as pessoas "estão a preparar-se para ir para o trabalho, o trânsito é mais ou menos o mesmo que normalmente", confessa a cidadã de Beirute.
Apesar da aparente normalidade, Rita diz que o "tipo de resposta é que Hamas e Hezbollah irão dar a Israel" é o principal foco de preocupação neste momento.
Esta incerteza leva os cidadãos a tomar medidas preventivas: "Já fomos mantendo, sempre que possível, medicamentos e alimentos extra, mas com certeza que hoje, a ser possível, vou reforçar", admite.
A portuguesa sublinha, no entanto, que "há também que manter algum sangue frio" e recusa, para já, um regresso a Portugal.
"Isto entrar em pânico também não ajuda em nada. Por experiência própria, falo-lhe pela guerra de 2006" — que apôs Israel e Libano, causando milhares de vítimas mortais — "e também da explosão do porto [porto de Beirute], isto por vezes, ficar sossegados num sítio mais ou menos seguro é a melhor opção", defende, relativamente a um possível regresso ao país natal.