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Estudantes do Bangladesh voltam a manifestar-se contra governo

02 ago, 2024 - 16:51 • Lusa

Os estudantes manifestam-se contra o sistema de quotas para a função pública e que confere até 30% dos postos de trabalho a combatentes da guerra de independência, o que os jovens encaram como um ato de discriminação.

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O movimento estudantil do Bangladesh voltou a manifestar-se esta sexta-feira nas ruas de Daca num protesto contra o governo que considera culpado da repressão que fez, segundo os ativistas, 266 mortos.

A polícia mobilizou um "grande número de agentes" referiu que morreram "147 pessoas" durante as recentes manifestações de protesto contra o sistema de quotas que, segundo os estudantes, limita as possibilidades de emprego.

Milhares de manifestantes bloquearam várias zonas da cidade durante uma marcha em que foi reiterado o "Programa dos Nove Pontos", um manifesto que exige que a primeira-ministra, Sheij Hassina, venha pedir desculpas pela repressão policial além de exigir a demissão de seis membros do governo.

Os manifestantes exigem o afastamento, entre outros, dos ministros do Interior (equivalente à Administração Interna), Asaduzzman Jan; da Educação. Mohibul Hasan Chowdhoury e da Justiça, Anisul Huq.

À marcha juntou-se também um protesto de organizações de pais de estudantes no bairro de Banani, onde exigiram "justiça pela morte de estudantes, vítimas das forças de segurança".

Os estudantes manifestam-se contra o sistema de quotas para o funcionalismo público e que confere até 30% dos postos de trabalho a combatentes da guerra de independência (contra o Paquistão), no início dos anos 1970, e que os jovens encaram como um ato de discriminação.

Um dia depois de terem sido libertados pela polícia os seis coordenadores do movimento de protesto emitiram uma declaração conjunta em que afirmam que foram mantidos em cativeiro "à força" durante sete dias e que o apelo sobre o fim dos protestos "foi feito sob pressão".

A mesma declaração divulgada apela aos estudantes e cidadãos do país para que saiam à rua e ignorem a "propaganda e a opressão do governo" e prometem continuar as mobilizações "em memória dos estudantes e cidadãos mortos", bem como pedem a libertação "das pessoas inocentes detidas".

A declaração, assinada por Nahid Islam, Sarjis Alam, Hasnat Abdullah, Asif Mahmud, Nusrat Tabassum e Abu Baker Majumder, lamenta que "os coordenadores tenham sido raptados, detidos, torturados e perseguidos desde o dia 19 de julho com a intenção de dispersar o movimento estudantil de protesto.

Entretanto, as autoridades limitaram o acesso a plataformas digitais e redes sociais.

Durante os protestos de julho, o governo impôs restrições totais às telecomunicações.

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