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Eleições nos EUA

Kamala Harris é oficialmente a candidata dos Democratas à Casa Branca

02 ago, 2024 - 18:29 • João Pedro Quesado

A campanha da vice-presidente dos EUA angariou, em julho, 310 milhões de dólares. Kamala Harris é a primeira mulher afro-americana a liderar uma candidatura à Sala Oval.

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Kamala Harris é oficialmente a nomeada pelo Partido Democrata para as eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos da América (EUA). Ao segundo dia de uma votação online, a vice-presidente já conquistou votos suficientes dos delegados Democratas para ser a candidata à Casa Branca.

A nomeação foi confirmada por Jaime Harrison, presidente do partido, durante uma transmissão sobre o processo de votação virtual na nomeação dos Democratas. A nomeação apenas é encerrada na segunda-feira mas, segundo Harrison, Harris já conquistou "mais do que a maioria dos votos de todos os delegados da convenção e vai ser a nomeada do Partido Democrata".

Kamala Harris torna-se, assim, a primeira mulher afro-americana a liderar uma candidatura à Casa Branca. Harris tem ascendência jamaicana e indiana, algo que parece ter confundido Donald Trump, que questionou a identidade negra da vice-presidente dos EUA.

A nomeação foi antecipada em relação à convenção, que está agendada para Chicago entre 19 e 22 de agosto, devido ao prazo do estado do Ohio para fechar a composição dos boletins de voto.

Kamala Harris deve anunciar, nos próximos dias, o seu candidato a vice-presidente. Josh Shapiro, o governador da Pensilvânia, e Mark Kelly, senador pelo Arizona, são apontados como os nomes mais prováveis, principalmente por representarem estados decisivos na eleição presidencial nos EUA, mas também por poderem representar um equilíbrio ideológico na candidatura democrata.

Joe Biden desistiu da recandidatura a 21 de julho, depois de três semanas de pressão cada vez mais intensa para abrir caminho para outro candidato, depois de uma performance titubeante no debate contra Donald Trump e perante uma falta de entusiasmo nas sondagens. Kamala Harris rapidamente se tornou a sucessora natural, com apoios declarados das figuras principais do partido, e criou uma onda de entusiasmo nos eleitores do partido.

O entusiasmo traduziu-se no melhor mês de angariação de fundos da campanha Democrata para a presidência, que recolheu, em julho, 310 milhões de dólares - mais de 284 milhões de euros. 200 milhões de dólares foram angariados apenas nos primeiros sete dias de campanha de Kamala Harris.

Na terça-feira, uma das primeiras sondagens conduzidas em sete estados decisivos para as eleições presidenciais nos EUA após a desistência de Joe Biden mostra Kamala Harris a apagar praticamente a liderança de Donald Trump em todos eles. O candidato republicano fica a liderar apenas na Pensilvânia, por quatro pontos percentuais, e na Carolina do Norte, por dois pontos, e regista um empate com Harris na Geórgia, mas fica atrás no Arizona, Nevada e Wisconsin por dois pontos, e no Michigan por 11 pontos.

Vários agregadores de sondagens mostram, neste momento, Harris a aproximar-se e até a ultrapassar Trump no voto nacional global. Apesar disso, a aproximação não é suficiente: a vantagem natural que o sistema do Colégio Eleitoral dá ao Partido Republicano cria hipóteses reais, de quase 20%, de este vencer uma eleição para a Casa Branca mesmo com uma desvantagem de três a quatro pontos percentuais na votação global nacional - que equivalem a vários milhões de votos. Em 2016, Hillary Clinton perdeu apesar de conquistar a votação nacional por 2,1 pontos, o que equivaleu a mais de 2,8 milhões de votos de vantagem.

A vantagem inerente dos Republicanos neste sistema eleitoral surge devido à distribuição dos votos eleitorais, que é igual à soma do número de deputados de cada estado na Câmara dos Representantes ao número de senadores, que são sempre dois por estado. A soma dos dois senadores reforça o poder dos muitos estados menos populosos, que tendem a votar no Partido Republicano, e tem um efeito insignificante nos estados maiores, onde os Democratas tipicamente vencem (com a exceção do Texas e da Flórida).

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