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Governo exige libertação de político com nacionalidade portuguesa detido na Venezuela

09 ago, 2024 - 19:34 • Ricardo Vieira, com Lusa

Williams Dávila Barrios, político da oposição e ex-governador do Estado de Merida, foi detido na quinta-feira, "de modo arbitrário e com saúde precária".

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O Governo de Lisboa exigiu esta sexta-feira às autoridades da Venezuela a "libertação imediata e incondicional" de um político luso-venezuelano, informa o Ministério dos Negócios Estrangeiros numa publicação na rede social Twitter.

Williams Dávila Barrios, político da oposição e ex-governador do Estado de Merida, foi detido na quinta-feira, "de modo arbitrário e com saúde precária", revela o gabinete do ministro Paulo Rangel.

O político com nacionalidade portuguesa terá sido detido durante um protesto contra o Presidente Nicolás Maduro.

Williams Dávila Barrios tem contestado publicamente os resultados das eleições presidenciais, que deram a vitória a Maduro.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse esta sexta-feira à agência Lusa que dois luso-venezuelanos se encontram detidos na Venezuela devido à sua participação em manifestações contra Nicolás Maduro, estando o Governo português a acompanhar o caso.

Trata-se de um homem e uma mulher que foram detidos durante esta semana, quando participavam em atos que “o regime considera ilegais”, afirmou José Cesário.

Os detidos têm nacionalidade venezuelana e portuguesa, sendo, para já, os únicos detidos de que o Governo tem conhecimento.

Entretanto, fonte familiar disse à Lusa que foi detido um outro luso-venezuelano, um jovem que se encontra numa dependência policial na localidade de Puerto Cabello, estado de Carabobo (centro-norte do país), depois de ter sido apanhado pela polícia, juntamente com outras pessoas, durante uma manifestação pacífica de contestação aos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, vive uma crise eleitoral após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter atribuído a vitória a Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.

Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.

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