13 ago, 2024 - 18:02 • Fábio Monteiro
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, conversou, na segunda-feira, com Maria Corina Machado, a líder da oposição venezuelana, e Edmundo González, sobre as eleições no país e a onda de repressão.
“O MNE reafirmou a condenação liminar da perseguição da oposição, a obrigação de libertar os luso-venezuelanos detidos e a defesa intransigente da posição da União Europeia”, fez saber o ministério numa publicação na rede social “X”.
Na semana passada, o Governo português já havia exigido às autoridades da Venezuela a "libertação imediata e incondicional" de um político luso-venezuelano, Williams Dávila Barrios.
O político da oposição e ex-governador do Estado de Merida, foi detido na quinta-feira, de modo arbitrário.
O político com nacionalidade portuguesa terá sido detido durante um protesto contra o Presidente Nicolás Maduro.
Williams Dávila Barrios tem contestado publicamente os resultados das eleições presidenciais, que deram a vitória a Maduro.
Um total de 25 pessoas foram assassinadas entre 29 e 30 de julho, pico dos protestos pós-eleitorais, e outras 192 feridas com armas de fogo, armas brancas e objetos contundentes, segundo dados do procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab.
As mortes registaram-se durante manifestações violentas, após as eleições presidenciais de 28 de julho, em que Nicolás Maduro foi declarado reeleito para um terceiro mandato de seis anos, mas cujos resultados são rejeitados pela oposição venezuelana e parte da comunidade internacional.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de mais de duas mil e duzentas detenções.