14 ago, 2024 - 22:12 • João Pedro Quesado
O ex-Presidente da Argentina, Alberto Fernández, foi esta quarta-feira acusado pelas autoridades judiciais por provocar lesões graves na ex-mulher e primeira dama, Fabiola Yáñez. O caso surgiu em público no início de agosto, na sequência de outra investigação judicial a Fernández, por envolvimento em negócios ilegais através de seguros a ministérios e organismos públicos.
Segundo o site de notícias argentino "Infobae", o despacho de indiciação indica que Yáñez "sofreu uma relação marcada por assédio, perseguição psicológica e agressão física num contexto de violência de género e doméstica", numa "relação de poder assimétrica e desigual que se desenvolveu ao longo do tempo, que foi exponencialmente aumentada pela eleição de Fernández como Presidente".
O juiz deu ordem para a intimação de várias testemunhas, que Fabiola Yáñez disse terem conhecimento dos ataques, assim como as imagens de câmaras de segurança da residência oficial do Presidente da Argentina, e a lista de funcionários da residência.
Devido à acusação de que Alberto Fernández terá forçado Yáñez a fazer um aborto porque "não estava pronto" para ser pai, o juiz pediu ainda todos os registos médicos da ex-primeira dama, incluindo do tratamento de fertilidade e do tratamento psiquiátrico que recebeu.
Fabiola Yáñez, que está a viver em Madrid desde o final do mandato do agora ex-marido, prestou esta quarta-feira as primeiras declarações à justiça argentina no âmbito do processo penal. Segundo o "Expresso", Yáñez descreveu a vida de casa como "um inferno", e falou de três episódios de "violência extrema".