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"Não há mais tempo a perder". Mediador dos EUA em Beirute para tentar conter escalada com Israel

14 ago, 2024 - 16:01 • Redação com Lusa

O enviado norte-americano Amos Hochstein afirmou em Beirute que "não há mais tempo a perder" para alcançar um cessar-fogo em Gaza, argumentando que tal permitiria igualmente encontrar uma solução para as tensões entre o Hezbollah e Israel.

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O mediador norte-americano Amos Hochstein iniciou esta quarta-feira em Beirute uma série de reuniões com as autoridades libanesas para tentar conter o clima de tensão entre o movimento xiita Hezbollah e Israel.

Hochstein chegou à residência do presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, também líder da formação xiita Amal, um dos principais aliados do Hezbollah, para participar na primeira reunião oficial do dia.

Em declarações em Beirute, Amos Hochstein disse ter discutido com o presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, também líder da formação xiita Amal e um dos principais aliados do Hezbollah, "o acordo-quadro que está em cima da mesa para um cessar-fogo em Gaza".

"Concordámos que não há mais tempo a perder (...). Temos de aproveitar esta janela para agir e encontrar soluções diplomáticas", disse o representante norte-americano.

"O acordo deve também permitir uma resolução diplomática no Líbano, o que evitaria a eclosão de uma guerra em grande escala", acrescentou.

Os receios de um conflito aberto no Líbano voltaram a aumentar há duas semanas, depois de ataques atribuídos a Israel terem matado o comandante máximo do Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute, e o líder político do movimento islamita palestiniano Hamas Ismail Haniyeh em Teerão.

O conselheiro norte-americano, que mediou o acordo histórico que permitiu ao Líbano e a Israel demarcarem as suas fronteiras marítimas em 2022, deslocou-se várias vezes à capital libanesa desde o início do fogo cruzado entre o Hezbollah e o Estado judaico, em outubro passado.

A última destas deslocações, em meados de junho, coincidiu também com a intensificação dos confrontos na fronteira entre as forças israelitas e o Hezbollah, poucos dias depois de um atentado bombista ter matado um alto comandante xiita no sul do Líbano.

Nessa viagem, Hochstein afirmou que "um cessar-fogo em Gaza ou uma solução diplomática alternativa poderia também pôr fim ao conflito na Linha Azul".

A chamada Linha Azul é a linha de demarcação estabelecida pela ONU entre Israel e o Líbano em junho de 2000.

Israel e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado transfronteiriço desde 8 de outubro de 2023, um dia depois do início da guerra em Gaza, nos piores confrontos entre as duas partes desde 2006.

O Hezbollah integra o chamado "Eixo da Resistência", uma coligação liderada pelo Irão de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes Huthis do Iémen.

A visita de hoje do mediador norte-americano ocorre na véspera de uma reunião prevista para Doha ou para o Cairo, na qual os Estados Unidos da América (EUA), o Qatar e o Egito pretendem forçar um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, o que poderia também travar a frente libanesa.

O Hamas já afirmou que não vai participar nas negociações de cessar-fogo, exigindo um "compromisso claro" do Governo de Israel, que terá acrescentado novas exigências para um acordo de tréguas.

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