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Ocupação ilegal

Agosto é o mês mais letal do ano na Cisjordânia. 64 palestinianos morreram por disparos israelitas

28 ago, 2024 - 23:26 • Lusa

As novas incursões coincidem com um apelo do ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, para evacuar "temporariamente" a população palestiniana da Cisjordânia.

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A morte de pelo menos 11 palestinianos esta quarta-feira numa série de incursões, ainda em curso, do exército israelita no norte da Cisjordânia, cada vez mais sitiada, fez de agosto o mês mais mortífero para os residentes do território palestiniano ocupado ilegalmente.

Durante a madrugada, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) anunciaram a morte de nove palestinianos durante "uma operação de luta contra o terrorismo" no norte da Cisjordânia ocupada, número que aumentou de acordo com uma contagem da agência espanhola EFE.

As novas incursões coincidem com um apelo do ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, para evacuar "temporariamente" a população palestiniana da Cisjordânia, como medida necessária para combater a presença de grupos armados no território ocupado.

"O Irão está a trabalhar no sentido de criar uma frente terrorista oriental contra Israel na Cisjordânia, segundo o modelo de Gaza e do Líbano, financiando e armando terroristas e contrabandeando armas avançadas da Jordânia", afirmou hoje Katz, na rede social X (antigo Twitter). que propôs 'enfrentar a ameaça' na Cisjordânia da mesma forma que se aborda 'a infraestrutura terrorista em Gaza'.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, já condenou a declaração de Israel Katz.

As mortes de hoje na Cisjordânia, incluindo duas crianças, segundo o Gabinete dos Direitos Humanos da ONU, ocorreram em confrontos entre milicianos e forças de segurança israelitas nas cidades de Jenin, Tubas e Tulkarem.

"Muitas crianças foram mortas quando atiravam pedras às forças de segurança israelitas fortemente protegidas" e o mesmo aconteceu a outros palestinianos que não constituíam uma ameaça real, denunciou a ONU.

De acordo com as forças israelitas, nove dos mortos eram milicianos e estavam armados no momento em que foram mortos.

O porta-voz do exército israelita para os meios de comunicação internacionais, Nadav Shoshani, disse, em conferência de imprensa, que os ataques foram realizados para "impedir e atenuar" os danos causados aos civis israelitas, na sequência da deteção de uma grande quantidade de explosivos na zona e das tentativas do Irão de armar e apoiar as milícias palestinianas.

As mortes de hoje elevam para 64 o número de palestinianos mortos por fogo israelita (a maioria por tiros do exército e pelo menos um por colonos) até agora em agosto, o mês mais mortífero deste ano na Cisjordânia.

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