29 ago, 2024 - 16:01 • Miguel Marques Ribeiro
A onda de violência que varreu o Bangladesh durante o último mês terá feito mais de mil mortos, declarou esta quinta-feira o ministro interino da Saúde.
A violência teve origem na oposição estudantil a uma lei que impunha um sistema de quotas para contratações no setor público, mas os protestos nas ruas rapidamente se transformaram numa revolta contra o Governo.
Em resposta, as autoridades impuseram o recolher obrigatório e o Exército assumiu o controlo das ruas de Daca, a capital do país do sul da Ásia, o oitavo mais populoso do mundo.
Mesmo assim, no início de agosto, a primeira-ministra Sheikh Hasina pediu a demissão, momentos antes da residência oficial ser tomada de assalto por manifestantes, que posteriormente pilharam o edifício.
Bangladesh
O chefe do exército, o general Waker-Uz-Zaman, anu(...)
No poder há cerca de 15 anos, a filha do fundador do Estado bengali, Sheikh Mujibur Rahman, procurou refúgio na Índia.
Um governo interino foi imediatamente formado, sob a liderança do Nobel da Paz Muhammad Yunus. Este executivo vai manter-se em funções até à marcação de novas eleições.
Para apaziguar a população, o presidente do país, Mohammad Shahabuddin, decidiu ainda libertar todos os detidos durante os protestos estudantis e ainda Khaleda Zia, a presidente do Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP), de 78 anos, que foi condenada a 17 anos de prisão por corrupção, em 2018, e que está com a saúde debilitada.
A situação política do país mantém-se, no entanto, instável.