31 ago, 2024 - 00:38 • Reuters
O forte apoio de Kamala Harris a Israel enquanto o país continua a guerra na Faixa de Gaza está a alimentar apelos para uma nova ronda de protestos em comícios, universidades e eventos públicos nas próximas semanas, disseram ativistas à "Reuters", que apontam que a vice-presidente e candidata à Casa Branca nas eleições presidenciais de 2024 não está a ouvir as vozes pró-palestinianas.
Árabes-americanos, muçulmanos e os seus aliados, excluídos de discursar na Convenção Nacional Democrata em Chicago, planeiam comparecer em peso durante o debate de Harris contra Donald Trump em Filadélfia, no estado decisivo da Pensilvânia, a 10 de setembro. Também pode haver protestos nas principais cidades e campi universitários no dia 7 de outubro, aniversário do ataque do Hamas a Israel.
Na quinta-feira, estes manifestantes interromperam o discurso de Kamala Harris num comício em Savannah, no também estado decisivo da Geórgia.
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Desde que substituiu o presidente Joe Biden no topo da candidatura democrata, Kamala Harris já deixou claro que não vai considerar interromper a venda e fornecimento de armas norte-americanas a Israel, uma das principais reivindicações dos grupos pró-palestinianos.
A vice-presidente dos Estados Unidos da América (EUA) reiterou a posição na entrevista de quinta-feira, na "CNN", dizendo que é preciso "fechar um acordo (de cessar-fogo e reféns)" quando questionada sobre a limitação do envio de armas.
A posição firme ameaça abrir as mesmas fissuras no eleitorado democrata que Joe Biden enfrentou durante as eleições primárias do partido, apesar do enorme aumento de entusiasmo dos democratas quando Harris assumiu a liderança da candidatura à Casa Branca.
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"Isso mesmo. Crimes de guerra e genocídio continuarão", acusou a deputada Rashida Tlaib, democrata e primeira mulher palestina-americana eleita para o Congresso, na rede social X, sobre a entrevista de Harris à CNN.
Fontes da campanha dizem que Kamala Harris e os principais funcionários já se reuniram com defensores pró-palestinianos e aprovaram espaço para um painel sobre o assunto durante a Convenção Nacional Democrata. Harris contratou dois funcionários nas últimas semanas para entrar em contato com as comunidades árabe-americana e muçulmana, mas recusou-se a disponibilizá-los para entrevistas.
Os protestos que agitaram as universidades norte-americanas na primavera passada estão a borbulhar em Michigan, Pensilvânia e outros estados decisivos para a eleição presidencial. Os 'insiders' do Partido Democrata temem que Harris perca os votos necessários na eleição presidencial de 5 de novembro, que deve ser decidida por margens reduzidas em apenas sete estados.