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Eleições nos EUA

Filho de John McCain vai votar em Kamala Harris. Episódio de Trump em cemitério militar foi gota de água

04 set, 2024 - 00:32 • João Pedro Quesado

Militar mudou registo de eleitor para democrata e considera que a atual vice-presidente "vai levar o país para a frente".

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O filho mais novo do falecido senador dos Estados Unidos da América, John McCain, vai votar em Kamala Harris. O primeiro-tenente Jim McCain disse esta terça-feira que o evento da campanha de Donald Trump no cemitério militar de Arlington, em que o candidato do Partido Republicano tirou fotos numa zona restrita e funcionários da campanha entraram em confronto físico com responsáveis do Exército, foi uma "violação".

Em declarações à "CNN", Jim McCain confirmou que mudou o registo de eleitor de independente para democrata e disse que "nunca pode perdoar" os comentários do ex-Presidente sobre o seu pai. Donald Trump afirmou, em 2015, que John McCain "não é um herói de guerra" por ter sido capturado no Vietname, e terá afirmado que o então senador era um "falhado".

"O John McCain era o meu pai, e muita gente perde isso na minúcia," afirmou Jimmy McCain, que serve nos serviços de informações do Exército norte-americano desde 2022.

"Ele era o homem que me amava. E uma coisa que soube sobre o meu pai desde o momento em que conseguia pensar, era que ele era um bom homem e que tinha feito a parte dele", disse, acrescentando que "estar com ele no fim da vida dele, ouvir coisas como ele era um falhado porque foi capturado - acho que nunca poderia ignorar isso".

Sobre a troca de alinhamento político, Jim McCain considera que Kamala Harris e Tim Walz "incorporam um grupo de pessoas que vai ajudar a fazer este país melhor, que nos vai levar para a frente", e que "é isso que importa".

Militar durante 17 anos, o McCain mais novo criticou o uso do cemitério militar de Arlington para fins políticos por Donald Trump. descrevendo-o como uma "violação". "Estes homens e mulheres que estão enterrados lá não têm escolha" de ser um fundo para uma campanha política, apontou.

"Muitos destes homens e mulheres, que serviram o país deles, escolher fazer algo maior do que eles mesmos. Acordaram numa manhã, assinaram, levantaram a mão, e escolheram servir o país deles. E isso é uma experiência que Donald Trump não teve. E acho que isso pode ser algo em que ele pensa muito", especulou o militar.

Donald Trump visitou o cemitério militar de Arlington na semana passada, depois de entregar uma coroa de flores em homenagem a 13 militares que morreram no aeroporto de Cabul, no Afeganistão, durante a retirada de 2021 que Trump negociou como Presidente.

A campanha filmou a visita, que foi a primeira homenagem do candidato nos três anos que passaram da retirada, o que levou a uma altercação com um funcionário do cemitério, que tentou impedir a captura de imagens na zona onde os mais recentes mortos são enterrados. Segundo o próprio Exército dos EUA, essa captura de imagens viola a lei federal, as regras do Exército e as políticas do Departamento de Defesa.

John McCain ficou mundialmente conhecido em 2008, quando foi o candidato republicano à Casa Branca, concorrendo contra Barack Obama pela presidência dos EUA. Mas já tinha fama nacional antes, tendo sido prisioneiro de guerra do Vietname do Norte durante quase seis anos após o caça que pilotava sobre Hanoi ter sido abatido. Depois, em 1982, foi eleito para a Câmara dos Representantes, conseguindo ser eleito pela primeira vez para o Senado em 1986. Cumpriu cinco mandatos completos de seis anos, sendo eleito em 2016 para um sexto mandato.

Nos últimos anos de vida, McCain tornou-se num opositor de Donald Trump, retirando o seu apoio ao candidato na eleição de 2016 após a divulgação da gravação conhecida como "Access Hollywood". Depois da primeira cirurgia ao glioblastoma - o tipo mais comum e agressivo de tumor cerebral maligno -, voltou ao Senado, em 2017, e foi o voto decisivo no chumbo de um conjunto de leis que iria revogar o plano de saúde aprovado por Barack Obama. John McCain morreu em agosto de 2018.

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