11 set, 2024 - 22:01 • João Pedro Quesado
O número de membros do Corpo de Bombeiros da Cidade de Nova Iorque (FDNY) que morreram devido a doenças relacionadas com as operações de busca e salvamento após os ataques de 11 de setembro de 2001 ultrapassou, este ano, o número de bombeiros, paramédicos e outros funcionários que morreram durante o atentado. Ao todo, mais de 700 bombeiros e socorristas são agora recordados no memorial no Ground Zero.
Segundo o FDNY, mais de 360 elementos da corporação morreram depois dos ataques aos edifícios do World Trade Center, por doenças contraídas após o atentado. Este ano, o Corpo de Bombeiros acrescentou os nomes de 32 membros ao Memorial do 11 de Setembro.
No dia do atentado às Torres Gémeas, 343 membros do FDNY morreram, entre bombeiros, paramédicos, técnicos de emergência médica e outros funcionários - incluindo o capelão da corporação.
Nova Iorque, Shanksville e Washington
Joe Biden e Kamala Harris visitam os três locais. (...)
Na dedicação dos novos nomes ao memorial, o comissário da corporação, Robert S. Tucker, lamentou que "temos visto os nossos membros ficar doentes por causa do tempo que passaram a trabalhar no salvamento e recuperação".
O memorial aos membros do FDNY é "dedicado à memória dos que bravamente serviram este departamento ao proteger vida e propriedade na Cidade de Nova Iorque nos esforços no resgate e recuperação na Manhattan Box 5-5-8087 World Trade Center". O "Manhattan Box 5-5-8087" era o quartel de bombeiros mais próximo das Torres Gémeas.
377 membros do Departamento de Polícia de Nova Iorque também morreram de doenças relacionadas com os atentados. Apenas 23 agentes morreram durante os ataques.
De acordo com o Centro para o Controlo de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, cerca de 400 mil pessoas estiveram expostas a contaminantes tóxicos e riscos de lesões físicas nos dias e meses após os atentados de 11 de Setembro de 2001.
Entre as doenças provocadas pela exposição ao pó tóxico resultante da queda das Torres Gémeas estão cancros (devido aos níveis de amianto, chumbo e outras substâncias), doenças respiratórias e doença pulmonar obstrutiva crónica.
Outros problemas de saúde ligados aos atentados são apneia do sono, asma, perturbação de stress pós-traumático, depressão e perturbações de ansiedade.
A compensação financeira a estas vítimas do 11 de Setembro de 2001 tem sido repetidamente afetada por problemas. O Congresso dos EUA apenas aprovou uma lei para autorizar esta compensação em 2011, tendo sido reautorizada em 2016 - e prolongando a cobertura até 2090.