17 out, 2024 - 13:52 • João Cunha
A imparcialidade e respeito obtido por Portugal no seio da União Europeia e nas Nações Unidas podem ser uma mais-valia na negociação de conflitos como o do Médio Oriente, em Gaza e até na Ucrânia.
O embaixador do Irão em Portugal indica que "de certos pontos de vista, os bons e poderosos gestos de Portugal, a sua face frente a outros países, em especial os do Médio Oriente, poderão fazer com que o país possa ser uma boa base para negociações para acabar com disputas em qualquer parte do mundo". Majid Tafreshi adianta ainda que entre essas disputas estão os conflitos "no Médio Oriente, em Gaza e até na Ucrânia".
O representante diplomático da República Islâmica do Irão diz ainda acreditar que este é o momento para encetar o diálogo com vista à paz no Médio Oriente.
"Acredito pessoalmente que a paz se faz em tempos muito difíceis. Há que perguntar aos palestinianos e israelitas, bem como aos que os apoiam, como e quando podemos parar o conflito. Creio que chegou essa altura, porque as consequências do abuso de poder têm os seus custos, que aumentam de dia para dia", acrescenta.
Nestas declarações proferidas na manhã de quinta-feira, depois de um encontro na residência oficial do embaixador, Majid Tafreshi referiu ainda que para o Irão, é indiferente o resultado das presidenciais nos Estados Unidos.
"Não há grande diferença para nós. Mas eu acredito pessoalmente que perdendo a sua credibilidade a cada dia, podem perder o estatuto de superpotência". Sobre a prometida resposta de Israel ao ataque levado a cabo pelo Irão, que lançou de 200 misseis contra Israel em resposta ao ataque em Teerão, que matou Ismail Haniyeh, o chefe do gabinete político do movimento Hamas em Teerão, o embaixador diz que o Irão aguarda por essa resposta e que a mesma terá consequências para Israel.