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Gaza acusa Israel de impedir entrada de 250 mil camiões com ajuda alimentar

22 out, 2024 - 18:04 • Lusa

“Consideramos a ocupação israelita, os Estados Unidos, o Reino Unido, a Alemanha, a França e os outros países que participam neste genocídio totalmente responsáveis pelo crime de fome de civis”, disseram as autoridades da Faixa de Gaza

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As autoridades de Gaza, controlada pelo Hamas, denunciaram esta terça-feira que Israel impediu a entrada de "mais de um quarto de milhão de camiões de ajuda" alimentar desde o início da "guerra genocida", a 7 de outubro de 2023.

Num comunicado publicado na rede social Telegram, o gabinete de imprensa das autoridades de Gaza indicou que o exército israelita “continua a aplicar uma política de fome, especialmente no norte da Faixa de Gaza e especificamente em Jabalia”, tendo em conta o reforço da ofensiva nesta zona nas últimas três semanas.Israel está a utilizar a fome “como arma de guerra contra civis e crianças”, proibindo “a entrada de alimentos, leite em pó e suplementos nutricionais”.

“Isto é considerado um crime contra a humanidade. Este crime vem juntar-se ao encerramento pelo exército de ocupação israelita da última passagem na Faixa de Gaza há 169 dias [alusão à passagem de Rafah] e ao aperto do cerco sufocante a todas as províncias da Faixa”, disseram as autoridades da Faixa de Gaza, antes de manifestar “profunda perplexidade perante o silêncio da comunidade internacional”.

Nesse sentido, salientou que “a continuação desta catástrofe no meio do silêncio internacional significa uma profunda crise humanitária que pode causar a morte de milhares de palestinianos” e denunciou mais uma vez “a guerra de extermínio e de limpeza étnica” levada a cabo pelas autoridades israelitas.

“Consideramos a ocupação israelita, os Estados Unidos, o Reino Unido, a Alemanha, a França e os outros países que participam neste genocídio totalmente responsáveis pelo crime de fome de civis”, afirmou, apelando a uma “pressão real” sobre Israel para que ponha termo a estas ações, “especialmente no norte de Gaza”.

O Hamas, por seu lado, emitiu um comunicado afirmando que “a comunidade internacional deve tomar medidas imediatas para pôr termo às deslocações forçadas, à limpeza étnica e aos massacres perpetrados pelo exército de ocupação no norte da Faixa de Gaza”.

“O exército de ocupação fascista continua a tentar implementar o seu plano criminoso […] no norte de Gaza, cercando escolas e hospitais, cometendo massacres contra deslocados indefesos e levando a cabo a mais atroz operação de deslocação forçada, em direto e perante os olhos do mundo”, lamentou.

Nesta linha, sublinhou que estas ações “são uma violação flagrante de todas as leis” e insistiu que tal “não seria possível sem o silêncio e a inação da comunidade internacional e o comportamento cúmplice da administração norte-americana”, segundo o jornal ‘Filastin’, ligado ao grupo.

O Hamas apelou, por isso, à comunidade internacional para que “trabalhe no sentido de pôr fim ao crime do século” em curso na Faixa de Gaza e que “impeça os planos de ocupação fascistas que visam deslocar a população e liquidar a causa nacional palestiniana”.

Os ataques israelitas já provocaram a morte de mais de 42.700 palestinianos e mais de 100.000 feridos, além de mais de 750 mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental provocados pelas forças de segurança israelitas e por ataques de colonos.

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