29 out, 2024 - 17:43 • Lusa
O suspeito da morte de três crianças numa aula de dança em Inglaterra, no final de julho, foi acusado de produzir um veneno mortal e de um crime "terrorista", anunciou esta terça-feira a polícia.
As novas acusações contra Axel Rudakubana, de 18 anos, surgem depois de buscas realizadas na sua casa, onde foi encontrado um manual de treino do grupo extremista Al-Qaeda, informou a mesma fonte.
O jovem já tinha sido acusado de ter esfaqueado as três raparigas até à morte, crimes que provocaram motins de extrema-direita quer em Inglaterra, como na Irlanda do Norte.
Serena Kennedy, chefe da polícia de Merseyside, no noroeste de Inglaterra, detalhou que o jovem foi agora acusado de "produzir uma toxina biológica, nomeadamente ricina", um veneno que foi identificado em sua casa.
Também foi acusado de "possuir informações (...) suscetíveis de serem úteis a uma pessoa que comete ou prepara um ato de terrorismo", dado o manual de treino da Al-Qaeda encontrado.
Há três crianças mortas neste ataque de ontem em S(...)
A investigação ainda não estabeleceu um motivo terrorista, tendo Serena Kennedy referido que não havia ricina no local do ataque.
"Até ao momento, a polícia antiterrorista não declarou que o ataque de segunda-feira, 29 de julho, foi um incidente terrorista. Reconheço que as novas acusações podem dar azo a especulações", declarou a responsável, citada num comunicado.
A responsável instou a não se especular e a que haja paciência, afirmando que não se deve acreditar em tudo o que se lê nas redes sociais.
Axel Rudakubana deverá comparecer em tribunal na quarta-feira.
Três meninas, de 6, 7 e 9 anos, incluindo a portuguesa Alice da Silva Aguiar, foram mortas a 29 de julho, em Southport (noroeste de Inglaterra), durante uma aula de dança inspirada na estrela "pop" norte-americana Taylor Swift, enquanto outras oito crianças e dois adultos ficaram feridos.
Os assassínios originaram violentos motins anti-imigração em Inglaterra e na Irlanda do Norte, após a difusão de rumores falsos nas redes sociais, que atribuíram a responsabilidade a um requerente de asilo.