07 nov, 2024 - 11:51 • Henrique Cunha
Os bispos moçambicanos apelam "ao respeito pelo direito à manifestação pacifica" e a que se evite o derramamento de sangue. Numa breve mensagem vídeo enviada à Renascença, D. João Carlos Nunes, arcebispo de Maputo, pede também aos manifestantes que "não se deixem instrumentalizar" por atos de "vandalismos e desestabilização".
O porta-voz da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) apela também ao respeito de cada pessoa e pede que não se "use a violência para abafar o anseio dos manifestantes".
Nesta breve mensagem, o arcebispo de Maputo começa por fazer "um apelo à paz, à tolerância e ao respeito à vida". Depois, D. João Carlos Nunes afirma que "a sociedade moçambicana não será verdadeiramente transformada através do caminho da violência". “Pelo contrário: é através do diálogo, da tolerância e da busca incansável por soluções justas que construiremos um Moçambique almejado por todos”, sublinha.
“Neste momento de tensão, quando muitos se preparam para manifestar suas preocupações, como pastores sentimos a urgência de nos dirigirmos a cada um de vós com um apelo à paz, tolerância e respeito à vida”, refere ainda o arcebispo de Maputo.
A Conferência Episcopal de Moçambique havia já apelado, a 22 de outubro, à “coragem para o diálogo” e para a importância de repor a verdade dos factos, perante indícios de “fraude grosseira” nas eleições de 9 de outubro.
Esta quinta-feira regista-se um aumento da tensão em Moçambique, com a polícia a dispersar centenas de manifestantes em Maputo, com recurso a gás lacrimogéneo. Há registo de pelo menos uma pessoa ferida.
O protesto desta quinta-feira foi convocado pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que contesta a vitória atribuída à Frelimo nas eleições presidenciais de Moçambique.