12 nov, 2024 - 19:58 • Fábio Monteiro
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024, mais conhecida pelo acrónimo COP29, como não arrancou com o melhor pé, esta terça-feira.
No discurso de abertura, Ilham Aliyev, presidente do Azerbaijão (nação que acolhe a conferência), decidiu, do nada, defender a necessidade da utilização de combustíveis fósseis. O petróleo e o gás natural são “uma dádiva de Deus”, disse.
Ilham Aliyev acusou também os meios de comunicação e os ativistas climáticos de orquestrarem uma campanha “de calúnias e chantagens”, relata a “BBC”.
“Como presidente da COP29, claro que vamos ser um grande defensor da transição verde, e estamos a fazê-lo. Mas, ao mesmo tempo, temos de ser realistas”, afirmou Aliyev.
“Os países não podem ser culpados por tê-los [combustíveis fósseis] e não devem ser culpados por levá-los ao mercado, porque o mercado precisa deles. As pessoas precisam deles”, frisou.
As declarações do presidente do Azerbaijão ocorreram momentos de depois de António Guterres, secretário-geral da ONU, ter classificado como “estratégia absurda” a aposta continuada de alguns países nos combustíveis fósseis.
“A menos que as emissões [de CO2] sejam reduzidas, todas as economias vão enfrentar uma fúria muito maior” das alterações climáticas, avisou Guterres.
Um dos objetivos da COP29 é levar alguns países em desenvolvimento a publicarem os seus próprios planos de descarbonização.
O Azerbaijão, país que recebe a conferência da ONU este ano, recusou fazê-lo.