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Putin terá assinado um decreto que autoriza o uso alargado de armas nucleares

19 nov, 2024 - 09:34 • André Rodrigues , Olímpia Mairos

Na leitura do general Arnaut Moreira, este decreto para o uso de armas nucleares será uma mera formalidade.

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O Presidente russo, Vladimir Putin, terá assinado um decreto que autoriza o uso alargado de armas nucleares.

De acordo com a agência France Press, o documento determina que um ataque nuclear por parte de Moscovo pode ser justificado se for em resposta a uma agressão contra a Rússia ou qualquer país aliado por parte de um Estado não nuclear que seja apoiado por uma potência nuclear.

Putin reclama também o direito de retaliação nuclear em caso de ataque aéreo de grande escala com armas não nucleares, incluindo drones.

A decisão de mudar a política nuclear oficial da Rússia é a resposta do Kremlin à decisão do Governo do Presidente dos EUA, Joe Biden, de permitir que a Ucrânia dispare mísseis de longo alcance norte-americanos contra a Rússia.

Contudo, na leitura do general Arnaut Moreira, este decreto para o uso de armas nucleares será uma mera formalidade.

À Renascença, Arnaut Moreira diz que a Rússia não tem autonomia estratégica para iniciar um conflito à escala global.

Mil dias depois, "o Ocidente não está assustado"

“A Federação Russa só é uma potência global de natureza nuclear. De resto, não tem competência para definir uma guerra de natureza mundial”, afirma.

O general acrescenta ainda que a Rússia “é um Estado absolutamente dependente da China”, e que “para a aplicação de poder de natureza nuclear precisa de autorização da China”.

“E não me parece que a China esteja interessada em levar as coisas para esse patamar”, conclui.

A assinatura do decreto ocorre quando se assinalam mil dias da ofensiva russa contra a Ucrânia e dois dias depois de Joe Biden ter autorizado a Ucrânia a utilizar mísseis táticos do exército norte-americano contra alvos em solo russo.

"Isto mostra que, afinal, o Ocidente não está assustado com Putin e que se mantém disponível para apoiar a Ucrânia", sublinha o militar.

Por outro lado, acrescenta, "há um conjunto de títulos, normalmente com letras garrafais, mas depois não temos atenção aos asteriscos, que são as limitações: uma coisa é o anúncio público de que está autorizado o uso destes mísseis; depois, falta conhecer em detalhes em que condições é que são utilizados, quais os alvos e com que profundidade".

"Nós não conhecemos o verdadeiro alcance desta autorização, do ponto de vista militar. Mas, do ponto de vista político, o impacto é brutal", conclui.

[notícia atualizada às 11h38]

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  • Deve atacar, deve
    19 nov, 2024 Ucrânia 14:17
    A Rússia acaba de ser atacada com armas de longo alcance. Pela doutrina recém-alterada, segue-se o ataque nuclear russo... Ora, vem aí o ataque nuclear russo... Estamos à espera do ataque nuclear russo... Continuamos a aguardar o ataque nuclear russo ... Ora, não há sinais do ataque nuclear russo, passamos à ordem do dia...
  • Grande coisa!
    19 nov, 2024 Europa 09:55
    Grande coisa! É passar ao papel aquilo que já existia, numa tentativa fútil de meter medo ao Ocidente. Alguém acredita mesmo que a Rússia vai usar o nuclear, sabendo bem as consequências, tato em retaliação, como em isolamento que daí adviriam? O dito ataque nuclear só podia ser contra a Ucrânia - contra um País europeu-NATO era a III guerra mundial - e com armas nucleares taticas. Consequências: ocupação da Ucrânia por tropas NATO, ataques convencionais a infraestruturas Russas que seriam arrasadas incluindo a frota russa no Mar Negro que iria a pique em 24h, isolamento da Rússia que até a China veria fugir a 7 pés. Isto não passa duma tentativa de resposta e intimidação, completamente falhada, aliás, à autorização do Presidente americano para usar armas americanas de longo alcance.

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