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Rússia diz ter sido atingida por seis mísseis de longo alcance lançados pela Ucrânia

19 nov, 2024 - 13:20 • André Rodrigues , Olímpia Mairos

Na análise de Sandra Fernandes, professora da Universidade do Minho e especialista em assuntos internacionais, o reforço de capacidade da Ucrânia para atacar território russo deve ser encarado como algo normal.

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A Rússia confirma um ataque ucraniano com mísseis de longo alcance fabricados nos Estados Unidos.

Seis mísseis terão atingido a região russa de Bryansk, avançam as agências de notícias russas, que citam o ministério russo da Defesa.

Os sistemas de defesa aérea de Moscovo intercetaram cinco dos mísseis e danificaram um, segundo um relatório das autoridades.

Detritos de um míssil caíram numa instalação militar na região, provocando um incêndio.

É o primeiro ataque ucraniano com mísseis de longo alcance, depois da autorização concedida por Joe Biden, no fim-de-semana.

Na análise de Sandra Fernandes, professora da Universidade do Minho e especialista em assuntos internacionais, este reforço de capacidade da Ucrânia para atacar território russo deve ser encarada com normalidade.

Para esta especialista, os mísseis norte-americanos de longo alcance complementam o uso de drones contra alvos de Moscovo.

“A partir do momento em que Kiev tem o aval do seu principal aliado, eu não falarei aqui em prudência, porque estas decisões são concertadas e lembrar que os drones ucranianos conseguem entrar em profundidade, eles já chegaram a Moscovo”, aponta.

“A ideia é que esses mísseis que agora a Ucrânia pode utilizar, que têm um alcance de 300 quilómetros, possam ser utilizados em coordenação com os drones, portanto, na prática, não estamos a falar de uma alteração absolutamente significativa face àquilo que tem sido o tipo de armamentos e de aparelhos utilizados pela Ucrânia”, assinala.

Já sobre o decreto que alarga a utilização de armamento nuclear em caso de ataque contra a Rússia, Sandra Fernandes considera que a decisão tem um efeito sobretudo psicológico, para contrariar o facto de a guerra não estar a correr tal como Vladimir Putin pretendia.

“Este decreto presidencial russo pode ser visto de duas maneiras”, diz a especialista, desde logo “uma posição de fraqueza, um país que não consegue ter uma posição operacional mais forte, no sentido de uma vitória, respalda-se na arma nuclear”.

Por outro lado, “configura algo que é importante para os russos neste momento” já que “a incursão em Kursk e o levantamento gradual das linhas vermelhas por parte dos Estados Unidos permitem agora esses mísseis, que têm um alcance de 300 quilómetros”, explica, concluindo que “este afinamento da estratégia nuclear por parte da Rússia é uma tentativa de santuarizar o seu território”.

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