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Ucrânia pede cabeça fria face a "chantagem" nuclear russa

20 nov, 2024 - 00:34 • Lusa

O Presidente russo fez alterações ao decreto sobre armas nucleares, depois de Washington autorizar Kiev a atacar solo russo com mísseis de longo alcance.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano pediu, esta terça-feira, "cabeça fria" face à revisão da doutrina nuclear russa, que alarga a possibilidade de utilização de armas atómicas, considerando que se trata de uma chantagem.

"A sua doutrina nuclear revista e a sua retórica sobre a utilização de armas nucleares não são mais do que uma chantagem", afirmou Andrii Sybiga a uma comissão do Congresso dos Estados Unidos, deixando um apelo: "Devemos manter a cabeça fria, as ideias claras e não ceder ao medo".

Nesta mesma terça-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, assinou o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com mísseis de longo alcance fornecidos por Washington.

A alteração do decreto sobre armas nucleares seguiu-se ao anúncio da autorização de Washington à Ucrânia para usar mísseis norte-americanos de longo alcance em solo russo.

EUA não preveem uso de armamento nuclear pela Rússia

Os Estados Unidos afirmam não ter qualquer indicação de que a Rússia esteja a preparar-se para usar armas nucleares dentro da Ucrânia, reiterando que a atualização da doutrina nuclear russa faz parte de uma "retórica irresponsável".

"Não estamos surpreendidos com a atualização da doutrina nuclear da Rússia. É algo que nas últimas semanas eles têm indicado que pretendem fazer. É a mesma retórica irresponsável que francamente vimos antes nos últimos dois anos", disse a vice-porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh.

A representante do Departamento de Defesa sublinhou que embora os Estados Unidos tencionem monitorizar as atividades russas, não têm "nenhuma indicação de que a Rússia esteja a preparar-se para usar uma arma nuclear dentro da Ucrânia" e que não acreditam que qualquer mudança na postura nuclear deva ser feita nos EUA.

Washington autorizou Kiev a utilizar os seus mísseis de longo alcance para atingir alvos na Rússia, que já foram utilizados num ataque noturno, o primeiro em mil dias de invasão russa.

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  • Dia de S. Nunca
    20 nov, 2024 à Tarde 11:27
    Só da boca para fora, como tem sido nos últimos 2,5 anos. Moscovo traçou sucessivas "linhas Vermelhas" e ameaçou com a arma nuclear. Essas linhas vermelhas foram sistematicamente ultrapassadas e do ataque nuclear... nem sombra. O território russo está vigiado ao m2 e apesar de ameaças quase diárias, percebe-se que não há qualquer movimentação russa em direção ao nuclear. E percebe-se porquê. Moscovo sabe bem as consequências para a Rússia, dum ataque nuclear. Ao Ocidente, seria o fim do Mundo como o conhecemos e o desaparecimento da Rússia, vaporizada por armas nucleares europeias e americanas. Contra a Ucrânia, esta dispersaria as forças e continuaria a lutar em todo o território numa lógica de guerrilha, só que desta vez ajudada por ataques convencionais da NATO que destruiriam a esquadra russa do Mar Negro, as guarnições russas na Transnítria e Georgia, e as instalações russas em Kaliningrado. A Rússia ripostaria? Com quê? Com o nuclear estratégico, para ser varrida do mapa? Com o convencional que em 3 anos não conseguiu vencer a Ucrânia? A Rússia vai usar tanto o nuclear, como nós vamos atacar a Espanha: Dia de São Nunca, à Tarde!

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