Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Zelensky acusa "vizinho louco" de usar o país como campo de testes

21 nov, 2024 - 14:35 • Lusa

Para o líder ucraniano, o ataque sem precedentes que Kiev atribuiu a Moscovo mostra "o quão assustado está" o Presidente russo, Vladimir Putin.

A+ / A-

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu esta quinta-feira a Rússia como "o vizinho louco" que está a usar a Ucrânia como "campo de testes", depois de Kiev ter denunciado um ataque russo com um alegado míssil balístico intercontinental.

"Todas as suas características - velocidade e altitude - são as de um míssil balístico intercontinental. A perícia está em curso", disse Zelensky num vídeo publicado nas redes sociais, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

"O nosso vizinho louco (...) está a usar a Ucrânia como um campo de testes", afirmou Zelensky.

Para o líder ucraniano, o ataque sem precedentes que Kiev atribuiu a Moscovo mostra "o quão assustado está" o Presidente russo, Vladimir Putin.

Sem especificar o modelo, a Ucrânia acusou hoje a Rússia de ter disparado um míssil intercontinental contra a cidade de Dnipro (centro-leste), no que terá sido a primeira utilização deste tipo de arma num conflito.

Mesmo sem uma ogiva nuclear, a sua utilização, a confirmar-se, constituiria uma escalada sem precedentes da guerra e das tensões entre a Rússia e o Ocidente, segundo a AFP.

Os mísseis intercontinentais, que podem percorrer milhares de quilómetros, fazem parte do arsenal de dissuasão nuclear e são testados regularmente na Rússia.

A sua utilização não foi confirmada nem negada por Moscovo, que desde há vários dias tem vindo a usar uma retórica cada vez mais belicosa devido ao lançamento pela Ucrânia de mísseis norte-americanos contra o território russo.

"Não tenho nada a dizer sobre o assunto", respondeu o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, quando questionado sobre a acusação ucraniana.

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, recebeu instruções em direto, durante uma conferência de imprensa, para não comentar o ataque contra Dnipro.

Zakharova foi interrompida por uma chamada telefónica, de acordo com o vídeo oficial da conferência de imprensa difundido em direto no Youtube pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

Uma voz grave ouviu-se do outro lado da linha, segundo a AFP.

"Relativamente ao ataque com mísseis balísticos a Yuzhmash [a fábrica], de que o Ocidente começou a falar. Não comente nada", disse o interlocutor não identificado, que não faz qualquer referência a um míssil intercontinental.

De acordo com um canal nas redes sociais próximo do exército russo, a fábrica em Dnipro poderia ter sido alvo de um míssil intercontinental RS-26 Rubezh.

A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, intensificou nos últimos dias os ataques em grande escala na Ucrânia, lançando avisos aos aliados de Kiev.

O Ministério da Defesa russo anunciou hoje que abateu "dois mísseis de cruzeiro Storm Shadow de fabrico britânico" disparados pela Ucrânia, sem especificar onde ou quando os mísseis foram intercetados.

O anúncio confirma a primeira utilização destas armas por Kiev contra o território russo.

No início da semana, a Ucrânia utilizou pela primeira vez mísseis norte-americanos ATACMS, com um alcance de 300 quilómetros, contra uma instalação militar na região russa de Bryansk, depois de ter recebido autorização de Washington.

Vários países ocidentais forneceram à Ucrânia mísseis de longo alcance, mas não permitem que sejam utilizados em território russo, receando a reação de Moscovo.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Mais ataques
    21 nov, 2024 à Rússia, precisam-se 21:45
    Se é um míssil intercontinental balístico, a Ucrânia que use maciçamente os misseis que tem pois as linhas vermelhas caíram de vez. E peça, enquanto lá está o Biden, anti-aéreas para este tipo de míssil. Aliás pergunto como é que a Ucrânia que ao que parece tem parte substancial do País debaixo do solo, tem fábricas de armamento à superfície.
  • Segue para Israel
    21 nov, 2024 Ucrânia 15:27
    Zelensky, segue para Israel, e de judeus para judeus, encomenda um sistema anti-aéreo parecido com o Israelita. Os EUA Trumpistas querem entregar 25% do teu território à Rússia e ainda por cima, serem eles a reconstruir a parte da Ucrânia não ocupada por Moscovo, se calhar com o olho na parte ocupada, onde o Trump instalaria fábricas com isenção de impostos por parte do amigo Putin. Arranja um sistema que substitua o Starlink, e novos fornecedores de armas, isto se não desenvolveste a indústria bélica ucraniana para abastecer o exército. E começa a pensar num arsenal nuclear: se te barrarem a entrada na NATO, é com armas nucleares que vais manter a Rússia em respeito.

Destaques V+