22 nov, 2024 - 18:05 • José Pedro Frazão , com Lusa
A sessão plenária de encerramento da Cimeira do Clima, que vai votar todos os textos, foi adiada para a manhã de sábado.
Os delegados da COP29, que decorre em Baku, no Azerbaijão, tentam resolver o desacordo sobre as metas financeiras para apoio aos países em desenvolvimento para enfrentarem os impactos das alterações climáticas.
A presidência da Conferência propôs um valor de 250 mil milhões de dólares anuais até 2035 de contribuição climática dos países desenvolvidos.
Os países em desenvolvimento pediram valores superiores, com o grupo de países chamado de 134 e China a pedir "pelo menos 500 mil milhões de dólares por ano".
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A União Europeia, o maior contribuinte mundial para o financiamento do clima, não revelou publicamente o montante com que está disposta a comprometer-se. Em contrapartida, exige progressos noutros domínios, nomeadamente mais medidas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, o que encontra resistência por parte do grupo árabe, que se opõe a qualquer orientação para os combustíveis fósseis.
Um alto funcionário dos EUA na COP29 já disse que os 250 mil milhões anuais exigem "mais ambição e um alcance extraordinário" por parte dos países desenvolvidos. A mesma fonte oficial norte-americana considera que o objetivo “terá de ser apoiado por uma ação bilateral ambiciosa” para além de esforços para mobilizar o financiamento privado”.
Para o grupo dos países africanos, o financiamento de 250 mil milhões é "totalmente inaceitável" e inadequado para a implementação do Acordo de Paris.
Também as associações ambientalistas consideram o valor como "inadequado e distante da realidade dos impactos climáticos", por estar "muito aquém" das necessidades dos países do sul global.
Em cima da mesa está também um objetivo suplementar de angariar um total de 1.300 biliões de dólares por ano até 2035 para os países em desenvolvimento. Uma meta que muitos países mais pobres consideram demasiado distante no tempo, face à urgência de agir nos continentes menos desenvolvidos.