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A Semana de Nuno Botelho

Ucrânia de longo alcance e Putin nuclear. "Temo que isto não vá acabar bem"

23 nov, 2024 - 10:00 • André Rodrigues

Presidente da Associação Comercial do Porto apreensivo perante a escalada do conflito ucraniano. Após a autorização de Joe Biden para o uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia, que teve como resposta a nova doutrina nuclear do Kremlin, há outra preocupação: "no dia em que Trump abandonar a Ucrânia, vamos ter muitas dificuldades".

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Ucrânia de longo alcance e Putin nuclear. "Temo que isto não vá acabar bem"
Ouça na íntegra "A Semana de Nuno Botelho". Foto: RR

O presidente da Associação Comercial do Porto considera que os mais recentes desenvolvimentos na guerra da Ucrânia são um aviso de que “o conflito pode escalar de forma muito avassaladora na Europa”.

No comentário semanal no programa ‘Manhã, Manhã’, da Renascença, Nuno Botelho avisa que a autorização dada à Ucrânia para utilizar mísseis de longo alcance contra a Rússia, a par com a nova doutrina de Putin – que considera justificável a utilização de armas nucleares contra ataques convencionais, se apoiados por potências nucleares – “coloca em cima da mesa a ameaça nuclear, o que já levou, inclusive, os vizinhos Suécia, Finlândia e Noruega a acautelarem as próprias populações, fazendo ensaios sobre o que será uma guerra nuclear e a avisarem as populações”.

A Europa está em guerra e tem de perceber que está em guerra”, alerta o empresário e jurista que acrescenta à equação a “expetativa daquilo que vai acontecer a partir de janeiro, com Trump e o seu famoso plano para a paz na Ucrânia”.

“Eu temo, de facto, que isto não vá acabar bem”, receia o presidente da Associação Comercial do Porto.

Outra dificuldade, diz Botelho, é a “ausência de uma liderança forte e de uma ideia concreta para aquilo que quer” quanto à guerra na Ucrânia.

Vejo com dificuldade que a Europa possa discutir com seriedade o reforço da despesa militar”, tal como foi reclamado pelo secretário-geral da NATO.

“No último Conselho Europeu, Orbán veio fazer um discurso totalmente dissonante com a posição dos outros parceiros europeus, pondo-se ao lado de Putin, por isso nós começamos a perceber que a Europa não fala toda a uma só voz e tem de facto, vozes discordantes”, acrescenta.

Portanto, “ou é muito ameaçada e, de uma vez por todas, se põe do lado da Ucrânia a ajudar ou, no dia em que Trump abandonar a Ucrânia – e isso vai acontecer – vamos ter muitas dificuldades na Europa”.

Norte da semana

Valente de Oliveira. “É um senador da República Portuguesa, que, de forma discreta, como é seu timbre, publicou uma obra autobiográfica onde reúne todo o seu percurso quer académico, quer profissional, quer político ao longo dos 50 anos de vida dessa vida profissional. O livro está acessível a todos online, o que dá nota dessa generosidade e da possibilidade que todos têm de poder consultá-lo e é, de facto, uma obra notável de grande profundidade. Numa altura em que as elites parecem cada vez mais escassas no nosso país, fica a homenagem a esta figura de exceção que fez da sua vida uma missão de serviço público”.

Desnorte da semana

OE25 e as coligações negativas. “Esta semana, André Ventura antecipou a viabilização da proposta do PS para um aumento adicional 1,25% nas pensões, até ao limite de 1.565 euros. O custo desta proposta ainda não está totalmente avaliado, mas o PS estima que o valor seja de 265 milhões de euros. O Orçamento de 2025 vai ser votado na especialidade no dia 29, mas muito desvirtuado em relação ao orçamento que foi apresentado inicialmente. É no meu entender muito estranho e uma perversão muito grande ver a oposição a querer governar. É uma irresponsabilidade”.

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