25 nov, 2024 - 18:49 • João Pedro Quesado
O gabinete de segurança de Israel vai reunir-se esta terça-feira para votar um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah no Líbano, segundo avançam vários meios de comunicação israelitas esta segunda-feira.
O acordo em causa terá sido proposto pelos Estados Unidos da América, e inclui 60 dias de transição entre as tropas de Israel e do Líbano no sul do país.
Segundo a Reuters, um responsável libanês afirmou que Beirute soube, através de Washington, que um acordo poderia ser anunciado “dentro de horas”. A notícia foi acompanhada por pesados bombardeamentos nos subúrbios a sul da capital, numa continuação da ofensiva que Israel lançou em setembro.
De acordo com o site “Axios”, que cita responsáveis norte-americanos, o gabinete de segurança de Israel deverá mesmo aprovar o acordo na reunião de terça-feira. “Estamos na linha de golo mas ainda não a passamos. O gabinete israelita precisa de aprovar o acordo na terça-feira e alguma coisa pode sempre correr mal até aí”, apontou o responsável.
O mesmo site especifica que o acordo inclui um período de transição de 60 dias, durante o qual o exército de Israel vai sair do sul do Líbano, com o exército libanês a colocar destacamentos junto da fronteira. Ao mesmo tempo, o Hezbollah deverá movimentar a sua artilharia pesada para norte do rio Litani, a cerca de 30 km da fronteira com Israel.
O acordo inclui ainda garantias dos EUA a Israel para apoiar ações militares contra ameaças iminentes oriundas do território do Líbano, e para interromper o reestabelecimento da presença militar do Hezbollah perto da fronteira ou o contrabando de armas pesadas.
Segundo o jornal israelita “Haaretz”, o acordo pode ser anunciado por Joe Biden e Emmanuel Macron esta terça-feira, após a aprovação por Israel.
O “Times of Israel” avança que Benjamin Netanyahu terá decidido aceitar o cessar-fogo por receio que a administração Biden pudesse punir Israel no Conselho de Segurança das Nações Unidas durante as últimas semanas na Casa Branca – apesar de, até agora, os EUA terem sempre vetado as resoluções sobre paz na Faixa de Gaza e no Líbano.