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Guerra no Médio Oriente

Netanyahu acusa Hezbollah de "violação grave" do cessar-fogo e ameaça responder

02 dez, 2024 - 19:00 • Lusa

Primeiro-ministro israelita avisa que Israel "reagirá com força" se o cessar-fogo acordado com o grupo xiita for quebrado.

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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, descreveu esta segunda-feira um ataque do grupo xiita Hezbollah numa zona disputada com o Líbano como "uma violação grave" do cessar-fogo entre as partes, declarando-se determinado a respeitar o entendimento sem descartar uma resposta.

O chefe do Governo israelita declarou, em comunicado, que "os disparos do Hezbollah contra Har Dov [nome hebraico da área conhecida como Fazendas Shebaa] por parte do Hezbollah são uma violação grave do cessar-fogo" e Israel "reagirá com força" se o cessar-fogo de 60 dias, acordado em 27 de novembro com o Hezbollah, for quebrado.

"Estamos determinados a defender o cessar-fogo e a responder a qualquer violação por parte do Hezbollah, da mais leve à mais grave", disse Netanyahu citado no comunicado do seu gabinete.

Anteriormente, o ministro da Defesa, Israel Katz, ameaçou que o seu país daria "uma resposta forte" aos lançamentos de dois 'rockets', hoje naquela região dos Montes Golã ocupados, na confluência dos territórios de Israel, do Líbano e da Síria.

"Prometemos agir contra qualquer violação do cessar-fogo por parte do Hezbollah e é exatamente isso que faremos", disse o ministro numa mensagem nas redes sociais, acrescentando: "Eles receberão uma resposta forte".

O político da oposição israelita Yair Golan, líder do partido Democratas, também se mostrou a favor de uma resposta contundente ao ataque.

"Se formos negligentes agora, os resultados serão desastrosos a longo prazo", escreveu Golan, que foi vice-chefe do Estado-Maior israelita durante a guerra anterior entre Israel e o Hezbollah, em 2006, nas redes sociais.

O grupo armado libanês assumiu esta segunda-feira um ataque contra uma posição militar israelita, o primeiro desde a entrada em vigor do cessar-fogo entre as partes, justificando a ação como uma resposta a violações do entendimento.

Num comunicado, o Hezbollah relatou que o ataque com dois 'rockets' teve como alvo uma posição israelita nos "montes ocupados de Kfar Chouba", que o Líbano afirma fazer parte do seu território.

O Hezbollah alegou que se tratou de uma "resposta defensiva e de alerta" após o que considerou como "repetidas violações" do acordo de cessar-fogo por parte de Israel, referindo que as queixas aos mediadores encarregados de vigiar o cessar-fogo "foram inúteis".

O Exército israelita confirmou em comunicado que o Hezbollah lançou dois projéteis contra o norte do país.

"A organização terrorista Hezbollah disparou dois projéteis em direção à área de Har Dov", segundo os militares israelitas, referindo-se à zona das Fazendas Shebaa.

De acordo com o Exército, os 'rockets' caíram em campo aberto e não causaram ferimentos.

O cessar-fogo, mediado pelos Estados Unidos e pela França, entrou em vigor na quarta-feira e implica uma suspensão de 60 dias nos combates e a retirada de ambas as partes do sul do Líbano.

O presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, acusou hoje Israel de cometer 54 "violações flagrantes" do cessar-fogo, incluindo a alegada demolição de casas em aldeias fronteiriças, o sobrevoo persistente de 'drones' de reconhecimento israelitas e ataques aéreos que causaram vítimas.

A guerra entre Israel e o Hezbollah prolonga-se há mais de um ano, na sequência do conflito na Faixa de Gaza, iniciado em 07 de outubro de 2023.

Desde 23 de setembro passado, as forças israelitas começaram a bombardear intensamente o Líbano e, uma semana mais tarde, iniciaram uma invasão terrestre no sul do país.

As hostilidades já provocaram quase quatro mil mortos no Líbano, a maioria nos últimos dois meses, acima de 1,2 milhões de deslocados, enquanto cerca de 60 mil pessoas abandonaram as suas casas no norte de Israel.

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