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Ucrânia na NATO? Adesão "nunca foi excluída por Portugal"

03 dez, 2024 - 01:14 • Marisa Gonçalves

O ministro português dos Negócios Estrangeiros participa esta terça-feira na reunião da NATO, em Bruxelas, onde o conflito no Médio Oriente também será abordado. Em relação à adesão da Ucrânia à NATO, Paulo Rangel sublinha, em declarações à Renascença, que a solução nunca será "uma adesão imediata".

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O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, diz que o tema da eventual adesão da Ucrânia não irá passar à margem do encontro de dois dias da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) que esta terça-feira começa em Bruxelas, mas a decisão não será imediata.

“Julgo que o tema passará sempre por um grande debate entre os Estados-Membros e, portanto, com certeza que isso não deixará de ser tido em conta nesta reunião, o que não significa que a solução final seja no sentido de conseguir uma adesão imediata. Uma adesão mais tarde, com garantias de segurança num outro cenário, é uma coisa que nunca foi excluída por Portugal”, afirma Rangel à Renascença.

“Sinceramente, nesta fase exata do momento em que estamos, eu penso que esta proposta merece discussão, mas não creio que daqui resulte algo de concreto em termos de aceder no tempo presente ao pedido que foi feito pelo Presidente da Ucrânia”, reforça.

Durante este encontro que decorre em Bruxelas, o ministro português dos Negócios Estrangeiros irá ter ocasião de reunir-se com o seu homólogo ucraniano, Andrii Sybiha, e adianta que vai querer transmitir-lhe o total apoio de Portugal à soberania territorial da Ucrânia.

“Uma nota primeira é o total apoio à Ucrânia, à defesa da sua integridade territorial e à ideia de que não pode haver uma conquista unilateral de território pela força. Um segundo ponto que acho muito importante é colhermos alguma informação e saber qual a visão do Governo da Ucrânia, da situação no terreno, e de como é que se perspetiva o futuro, para depois nos posicionarmos nos debates desta reunião ministerial da NATO”, aponta.

O ambiente desta reunião da Aliança Atlântica, não deixará de ficar também marcado pela próxima transição de poder na Casa Branca.

Por outro lado, os conflitos no Médio Oriente e em particular, o conflito na Faixa de Gaza, também vão estar em discussão.

O Rei da Jordânia, Abdullah II participa neste encontro. O país é visto como um importante ator na região no sentido de poder contribuir para caminhos de paz.

“É a presença de uma força moderada dentro da região, que tem tido um historial de contenção e de tentativa de estabelecer pontes entre todas as forças que estão no terreno e que obviamente contam para aquele tabuleiro do conflito no Médio Oriente. É uma voz sensata que está preocupada com possibilidade de se parar o conflito e de se poder atender às necessidades humanitárias das pessoas que estão em sofrimento”, refere.

Paulo Rangel destaca como elementos importantes o facto de esta ser a primeira reunião da NATO presidida por Mark Rutte e na qual irá também marcar presença, pela primeira vez, Kaja Kallas, a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.

Comentários
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  • Conversa
    03 dez, 2024 Ucrânia 14:48
    A Ucrânia não deve contentar-se com menos que a adesão IMEDIATA à NATO. A dita adesão mais tarde, com garantias de segurança, é uma maneira de arrastar a decisão ad eternum, e "garantias" devem valer tanto como as "garantias" que a Ucrânia obteve quando devolveu o arsenal nuclear. Não há adesão imediata? Então não há acordo, e a Ucrânia tem de virar-se para obtenção da Arma Nuclear. Uma conversa entre potências nucleares é bem diferente de uma conversa entre potência nuclear e potência não-nuclear.

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