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Guerra na Ucrânia

Estudo de Yale acusa Putin de usar avião presidencial para deportar crianças ucranianas

04 dez, 2024 - 11:46 • André Rodrigues

Estudo sugere que a Rússia terá forçado a adoção de, pelo menos, 314 crianças ucranianas. Kremlin nega e invoca razões humanitárias.

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O avião presidencial de Vladimir Putin terá ajudado a levar crianças da Ucrânia para a Rússia, denuncia um estudo do Laboratório de Estudos Humanitários da Universidade de Yale.

O documento sugere a existência de um programa de deportação de crianças ucranianas para o outro lado da fronteira da guerra, programa esse que, de acordo com os investigadores, contará com financiamento através de fundos do Kremlin.

De acordo com o diretor-executivo do Laboratório de Estudos Humanitários de Yale, “havia dois grupos de aviões: um dirigido pela Força de Defesa Aeroespacial russa e outro que reportava diretamente ao gabinete do Presidente Putin, no Kremlin”.

Sendo ainda mais concreto, Nathaniel Raymond acusa o próprio Vladimir Putin de “colocar seus os militares e a sua ala de transporte para transportar estas crianças da Ucrânia para a Rússia. E podemos ver isso em imagens de satélite”

Pelo menos 314 crianças ucranianas terão sido sujeitas a processos de adoção forçada na Rússia. Terão sido retiradas das suas casas e viram-lhes atribuídas novas identidades para que pudessem tornar-se elegíveis para programas de adoção do outro lado da fronteira da guerra.

De acordo com o diretor-executivo do Laboratório de Estudos Humanitários de Yale, Nathaniel Raymond, os menores foram “deportados para um programa de acolhimento e adoção coerciva de Vladimir Putin e do Kremlin”, o que configura um crime de guerra.

“As crianças foram nacionalizadas e tornadas cidadãs da Rússia. A maioria delas foi adotada por famílias russas, violando o direito internacional e a elementar decência”, acrescenta Raymond.

Foi por causa deste alegado programa de deportação de crianças ucranianas que, em março de 2023, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura contra Vladimir Putin e contra a comissária para os Direitos das Crianças por alegados crimes de guerra.

Na altura, a responsável alegou que a comissão atuou em zonas humanitárias para proteger as crianças, nomeadamente no Donbass, a zona controlada pelas tropas russas.

Reagindo a este estudo da Universidade de Yale, Volodymyr Zelensky publicou uma mensagem na rede Telegram considerando que existe "evidência sólida dos crimes de guerra da Rússia contra a Ucrânia e contra os ucranianos".

Kiev estima que cerca de 20 mil crianças ucranianas foram forçadas a ir para a Rússia ou para a Crimeia desde o início da guerra.

O Kremlin nega e garante que as crianças foram levadas para a Rússia para a sua própria proteçao. E que ninguém é forçado a manter-se em território russo contra a sua vontade.

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