04 dez, 2024 - 19:28 • Diogo Camilo
À primeira moção de censura, caiu o governo francês. A oposição de esquerda e de extrema-direita juntou-se para aprovar a primeira das moções de censura a votos esta quarta-feira, arrastando a segunda maior potência económica para uma crise política ainda maior.
Na sequência desta aprovação, é esperado que o primeiro-ministro de França, Michel Barnier, apresente a sua demissão e do seu governo ao presidente, Emmanuel Macron, ainda esta quarta-feira, após três meses de governação.
É a primeira vez que um governo francês caiu perante uma moção de censura desde Georges Pompidou, em 1962.
Na votação da moção apresentada pela Nova Frente Popular, a coligação de esquerda, que tem 193 lugares na Assembleia Nacional, conseguiu 331 dos 574 votos de deputados.
Antes da votação, Michel Barnier tinha indicado que a "realidade difícil" em termos económicos que o país atravessa "não desaparecerá com uma moção de censura" e que agrava agora a crise política criada pela dissolução da Assembleia Nacional pelo Presidente Emmanuel Macron, em junho, na sequência da vitória da extrema-direita nas eleições europeias.
Barnier e o atual governo tomaram posse apenas a 5 de setembro, sucedendo a Gabriel Attal, após 60 dias de impasse.
A crise política acontece depois de o primeiro-ministro não ter conseguido chegar a acordo com nenhum partido de oposição.