05 dez, 2024 - 15:09 • Marta Pedreira Mixão
A Comissão Europeia ordenou à rede social "TikTok" que “preserve documentos e informações internas” sobre o funcionamento do seu sistema de recomendação de vídeos e que armazene os dados sobre as infrações à proibição de publicidade política.
Esta ordem visa todas as eleições nacionais e estará em vigor até março do próximo ano.
De acordo com o site Politico, esta medida surge depois de terem sido revelados documentos dos serviços secretos romenos que alegavam que influenciadores, que teriam sido pagos, tinham ajudado a promover a conta de Calin Georgescu, que, inesperadamente, ficou em primeiro lugar na primeira volta das eleições.
Os resultados surpreenderam todos, já que as sondagens não davam mais de 6% dos votos ao candidato pró-Rússia de extrema-direita, que acabou por vencer a primeira volta com 22% dos votos, em grande parte devido à sua presença massiva na rede social TikTok, segundo o Conselho Nacional Audiovisual.
Georgescu - que é admirador do Presidente russo, crítico da União Europeia e da Aliança Atlântica - fez uma intensiva campanha nesta rede social, o que suscitou a curiosidade das autoridades romenas.
Recorde-se que, na sequência de um pedido de anulação da votação por parte de um dos candidatos, o Tribunal Constitucional da Roménia ordenou, na semana passada, uma recontagem dos votos da primeira volta das eleições presidenciais.
Agora, esta ordem da Comissão europeia deve ajudar os investigadores a estabelecer os factos.
A Comissão Europeia esclareceu que não tem qualquer preferência por um candidato e que apenas está a verificar se o TikTok falhou com as obrigações de evitar a disseminação de propaganda e de desinformação.
A Comissão ainda não averiguou se o TikTok violou a lei da moderação de conteúdos da UE e a Lei dos Serviços Digitais.
Em conferência de imprensa, esta quinta-feira, a porta-voz adjunta da Comissão afirmou que a União Europeia está na linha da frente de legislação digital e de responsabilização das plataformas digitais.