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“É muito difícil imaginar uma Europa em que França e Alemanha estão com pneumonia e o resto não está constipado”

05 dez, 2024 - 01:42 • Marisa Gonçalves

Ricardo Ferreira Reis antecipa que o clima de instabilidade em França vai dificultar ainda mais a economia do país, com reflexos na Europa, sem excluir Portugal.

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França vive uma turbulência política, depois de o Governo do primeiro-ministro Michel Barnier ter sido destituído por uma moção de censura aprovada pela oposição de esquerda e de extrema-direita.

A segunda maior potência, a nível europeu, enfrenta uma situação que vem acentuar o clima de instabilidade naquele país e complicar ainda mais uma situação económica que pode estender-se a outros países, incluindo Portugal. Esta é uma visão partilhada à Renascença pelo especialista em assuntos internacionais, Ricardo Ferreira Reis.

“É muito difícil imaginarmos uma Europa em que a França e a Alemanha estão com pneumonia e o resto não está constipado. Portanto, vai ser muito difícil não haver este este este contágio. Nós estamos com as finanças bastante estabilizadas, as coisas não estão mal em Portugal, mas vamos ver se é suficiente para aguentarmos uma pneumonia forte que possa vir para além dos Pirenéus, sobretudo se tiver efeitos de propagação no centro da Europa. Nesse caso, muito dificilmente nós deixaremos de ser afetados. Pode é ser já numa fase posterior do ano 2025”, aponta.

Quanto a uma solução de Governo que permita sair desta crise política, Ricardo Ferreira Reis pensa que o Presidente francês, Emmanuel Macron deverá procurar uma figura de equilíbrio que poderá passar pelo “centro-esquerda”, razoavelmente consensual ao centro e por forma a que o novo Executivo possa ser apoiado por “uma fação centrista” no parlamento.

“Parece-me extraordinariamente improvável que Macron entregue o Governo a Marine Le Pen e à Frente Nacional. Parece-me que uma jogada de coelho na cartola seria convidar figuras do centro-esquerda para o Governo, na certeza de que acho que também era nisso que o Presidente estaria já a jogar, no sentido em que as coisas poderão não correr bem ao próximo Governo e, com isso, queimar alguém que aparecesse nesse contexto”, adianta.

O professor da Universidade Católica acrescenta ser pouco provável que Macron opte por escolher “um outro Barnier de centro-direita”.

Segundo a imprensa francesa, na manhã desta quinta-feira, o primeiro-ministro Michel Barnier deverá apresentar-se no Palácio do Eliseu para renunciar formalmente ao cargo.

Ao fim do dia, o presidente francês Emmanuel Macron falará ao país às 20h00 locais, 19h00 em Portugal Continental.

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  • Sara
    05 dez, 2024 Lisboa 08:04
    Os governos na Europa não estão há muito tempo com os europeus, só alguns enchem os bolsos, manter a soberania dos ricos, pagar muito bem os que está no conselho europeu, para mandar lixívia aos problemas reais na Europa,

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