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ESTUDO

Sem ação climática, uma em cada 20 espécies ficarão em risco de extinção até 2100

05 dez, 2024 - 23:42 • Diogo Camilo

Análise que junta mais de cinco milhões de projeções feitas ao longo de 30 anos mostram que, mesmo que os acordos de redução das emissões se cumpram, cerca de 2% das espécies já estão em risco de extinção. No cenário mais pessimista, 30% das espécies do planeta estão em perigo de deixar de existir.

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O aquecimento global está já a colocar em risco 1,6% das espécies e, se os atuais compromissos internacionais de redução de emissões de carbono continuarem, uma em cada 20 espécies de seres vivos ficarão em risco de extinção até ao ano 2100.

Esta é a conclusão de um estudo publicado esta quinta-feira na revista científica Science e que resume 485 investigações e cinco milhões de projeções realizadas durante mais de 30 anos para avançar que a extinção em massa de espécies “rapidamente acelerará” se a temperatura média do planeta ultrapassar os 1,5 ºC colocado como limite no Acordo de Paris.

Mesmo que o acordo sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa se cumpra, indica o estudo, 1,8% das espécies que vivem na Terra já estarão em risco de extinção. Com um aumento da temperatura global de 2°C, os riscos de extinção chegam a 2,7% até ao fim do século.

Na atual trajetória e com os compromissos internacionais de redução de emissões que existem hoje, a temperatura global do planeta aumentaria 2,7 ºC até 2100, colocando em risco de extinção uma em cada 20 espécies.

Acima deste aumento de temperatura, como revela o estudo, “o risco de extinção acelera rapidamente”: se o aumento for de 4,3ºC, quase 15% das espécies ficam em risco de deixar de existir. Um aumento de 5,4 graus celsius na temperatura global pode provocar a extinção de quase 30% das espécies.

Segundo o estudo, os anfíbios, as espécies dos ecossistemas de montanha, insulares e de água doce e as espécies que habitam a América do Sul, a Austrália e a Nova Zelândia enfrentam as maiores ameaças.

“Enquanto algumas espécies se adaptam ou migram para acompanhar as mudanças climáticas, outras enfrentam declínios populacionais, diminuição da área de distribuição e potencial extinção”, indica a análise, recordando que avaliações recentes da biodiversidade global preveem riscos de extinção para mais de um milhão de espécies, embora seja pouco clara a contribuição específica das alterações climáticas.

Para estimar que percentagem das extinções será atribuível às alterações climáticas o estudo incorporou milhões de projeções de quase meio milhar de estudos, abrangendo a maioria das espécies conhecidas.

Os resultados indicam que com os valores atuais das temperaturas globais, agora em 1,3°C acima dos níveis pré-industriais, a estimativa é de que 1,6% das espécies venham a extinguir-se.

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