11 dez, 2024 - 01:13 • Ricardo Vieira, com Reuters
Cerca de 180 pessoas, a maioria idosos, foram assassinadas durante o fim de semana na zona de Cité Soleil, no Haiti.
O massacre no pequeno país das Caraíbas foi ordenado pelo líder de um gangue, que acredita que o seu filho ficou doente devido a bruxaria.
“Uma linha vermelha foi ultrapassada”, declarou o gabinete do primeiro-ministro do Haiti.
O Governo vai "mobilizar todas as forças para rastrear e aniquilar" os responsáveis, incluindo o líder da gangue Wharf Jeremie, Monel "Mikano" Felix.
A Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH), uma organização não-governamental que promove a educação em direitos humanos, disse no domingo que pelo menos 110 pessoas - todas com mais de 60 anos - foram mortas em Cité Soleil durante o fim de semana.
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Mais tarde admitiu que o número pode ser maior e partilhou o relato de testemunhas que viram “corpos mutiliados a arder nas ruas”.
De acordo com a RNDDH, Monel "Mikano" Felix deu a ordem para o massacre após o seu filho ter ficado doente e de ter consultado um “mestre” de voodoo, que culpou os idosos de Cité Soleil de bruxaria.
O filho do líder do gangue Wharf Jeremie acabou por morrer no passado sábado.
Os Estados Unidos já reagiram. Estão “horrorizados” e condenam veementemente os relatos do massacre no Haiti, disse esta terça-feira a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
Em outubro, a gangue Gran Grif reivindicou o assassinato de pelo menos 115 pessoas em Pont-Sonde. Foi uma retaliação contra os moradores que ajudaram um grupo de autodefesa a impedir suas operações com barreiras nas estradas para extorquir dinheiro.