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alterações climáticas

La Niña deve chegar em janeiro. Temperaturas descem mas não compensam aquecimento global

11 dez, 2024 - 14:06 • Lusa

"O ano de 2024 pode tornar-se o ano mais quente já registado", assinala a secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial.

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O fenómeno meteorológico La Niña, associado a temperaturas mais baixas, poderá desenvolver-se nos próximos três meses, mas será "curto e de baixa intensidade" e insuficiente para compensar os efeitos do aquecimento global, indicou esta quarta-feira a ONU.

Segundo o último boletim da Organização Meteorológica Mundial (OMM), há uma probabilidade de 55% de desenvolvimento de um episódio La Niña "durante o período de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025", mas "deverá ser curto e de baixa intensidade".

No boletim precedente, divulgado em setembro, a probabilidade de ocorrência de um episódio do La Niña no mesmo período foi estimada em 60%.

"O ano de 2024 começou com o El Niño e pode tornar-se o ano mais quente já registado", assinala a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, num comunicado.

"Mesmo que ocorra o fenómeno La Niña, conhecido por arrefecer temporariamente o clima, não será suficiente para contrabalançar o aquecimento induzido por níveis recorde de gases com efeito de estufa, cuja especificidade é reter o calor na atmosfera", acrescentou.

Para o período de fevereiro a abril do próximo ano, existe uma probabilidade de 55% de regresso a condições neutras.

Em geral, o La Niña provoca variações climáticas em grande escala opostas às associadas ao El Niño, causando o arrefecimento da superfície das águas do oceano Pacífico tropical, central e oriental, associado a variações na circulação atmosférica tropical, por exemplo nos ventos, pressão e precipitação, explica a OMM.

A agência das Nações Unidas recorda que os fenómenos climáticos de origem natural, como o La Niña e o El Niño, são afetados pelas alterações climáticas ligadas às atividades humanas, "que provocam o aumento das temperaturas mundiais, acentuam as condições meteorológicas e climáticas extremas e modificam os padrões sazonais de precipitação e temperatura".

Assim, sublinha Celeste Saulo, "apesar da ausência de condições do El Niño ou La Niña desde maio, testemunhámos uma série de fenómenos climáticos extremos, incluindo chuvas e inundações recorde, que infelizmente se tornaram o novo normal no contexto das alterações climáticas".

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