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A Semana de Nuno Botelho

Entre extremistas e moderados, futuro da Síria "é uma grande incógnita"

14 dez, 2024 - 10:00 • André Rodrigues

Para Nuno Botelho, o fim da era Assad é uma derrota para o Irão e para a Rússia. Falta saber se a transição de poder será idêntica à da Líbia pós-Kadafi.

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Entre extremistas e moderados, futuro da Síria "é uma grande incógnita"
Ouça aqui o comentário do presidente da Associação Comercial do Porto. Foto: RR

O futuro da Síria “é uma grande incógnita” e o que vai acontecer nos próximos tempos “pode ser muito perigoso para a região e para o mundo inteiro”, alerta na Renascença o presidente da Associação Comercial do Porto.

“Não sabemos se serão os extremistas que vão tomar conta do poder; não sabemos se serão os mais moderados. O que sabemos é que, normalmente, nestes processos de transição de poder, grandes atrocidades são feitas e, portanto, é de temer o pior na Síria, à semelhança do que também já aconteceu na Líbia”, acrescenta Nuno Botelho.

Entre vencedores e vencidos da queda de Bashar al-Assad, o empresário Nuno Botelho assinala a “enorme fragilidade da Rússia” que teve de abandonar o aliado sírio por causa do “esforço de guerra tremendo na Ucrânia”.

Mas o grande derrotado “é mesmo o Irão”. Nuno Botelho considera que a estratégia de Teerão de juntar o Hezbollah ao Hamas na luta contra Israel na Faixa de Gaza “foi claramente uma aposta perdida” que coloca o regime iraniano “a lamber as feridas”.

Ao passo que Israel “encontrou uma justificação” para intensificar os ataques contra alvos bem perto de Damasco, aproveitando a fragilidade de um país que fica órfão de uma ditadura, mas mergulha numa incerteza que não se sabe quando terminará.

Norte da semana

Acordo União Europeia/Mercosul. “É muito positivo. Com esta indefinição de Trump e com esta guerra comercial entre China e Estados Unidos, a Europa conseguiu abrir mais uma via comercial muito importante. Portugal e Espanha têm um ascendente muito grande, devido à língua e às relações que têm na América Latina. Pode, por isso, ser uma grande oportunidade que permite reforçar as relações comerciais, nomeadamente para Portugal. Este acordo são ótimas notícias para o setor agroalimentar, para produtos como o azeite e o vinho, porque as taxas alfandegárias são brutais”.

Desnorte da semana

Trapalhada na Operação Marquês. “Mais uma confusão jurídica, esta semana, ao ter sido feita uma correção ao despacho do Tribunal da Relação de Lisboa, que determinava o arranque do julgamento de José Sócrates. Dias depois de ter anunciado esta decisão, a Relação remeteu novamente para o Tribunal Central de Instrução Criminal, ignorando uma formalidade administrativa. Sócrates veio logo dizer que não haveria julgamento, numa estranha conferência de imprensa. É incompreensível aos olhos do cidadão comum o que está a acontecer relativamente a este processo, que é uma trapalhada e que deixa muito mal a justiça portuguesa”.

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