14 dez, 2024 - 12:38 • Isabel Pacheco , Miguel Marques Ribeiro com Lusa
Mikheil Kavelashvili, de 53 anos, foi este sábado eleito como chefe de Estado da Geórgia pelo parlamento do país da Europa oriental. O ex-jogador de futebol, que representou entre outros clubes, o Manchester City, nos anos noventa, torna-se assim o primeiro presidente a ser eleito por sufrágio indireto.
A eleição surge em pleno ambiente de contestação, contra o Governo, por ter suspendido as negociações de adesão à União Europeia até 2028.
Centenas de pessoas começaram a reunir-se durante a manhã em frente ao parlamento para rejeitar, uma vez mais, a composição da assembleia legislativa, resultante das eleições realizadas no final de outubro e que, segundo os opositores e a atual Presidente do país, Salome Zurabishvili, foram marcadas por uma série de irregularidades.
A oposição pretende que sejam convocadas novas eleições legislativas e alega que os deputados não têm legitimidade suficiente para nomear o sucessor de Zurabishvili, cujo mandato termina oficialmente na próxima quarta-feira.
GEORGIA
O partido no poder, Sonho Georgiano, acusa a União(...)
Os grupos da oposição continuam a recusar-se a reconhecer a vitória do partido no poder, o Sonho Georgiano, nas eleições de outubro e alertaram para o facto de se tratar de um partido próximo da Rússia e que está a afastar o país da via da integração europeia.
A situação levou as autoridades a ordenar o envio de reforços para as imediações do parlamento, palco de protestos contra o Governo há mais de duas semanas, que estima que mais de 400 pessoas tenham sido presas desde o início das manifestações.
A situação levou as autoridades a ordenar o envio de reforços para as imediações do parlamento, palco de mais deduas semanas de protestos antigovernamentais. Desde o início dos protestos já foram detidas mais de 400 pessoas.
A eleição do Presidente será, pela primeira vez, conduzida por um Colégio Eleitoral, cujos eleitores irão finalmente votar. Este órgão será composto por 300 pessoas, incluindo deputados e representantes dos governos locais, bem como das regiões de Ayaria e Abkhazia, esta última que o governo georgiano ainda considera parte do seu território, apesar da sua independência "de facto".