15 dez, 2024 - 21:29 • Carla Fino , João Pedro Quesado
A passagem do ciclone Chido pelo norte de Moçambique fez pelo menos três mortos e 37 feridos. Os dados são da associação HELPO, uma organização não-governamental com presença naquele território, onde cerca de 200 mil pessoas estão sem eletricidade.
Em declarações à Renascença, o coordenador da ONG, Carlos Almeida, disse que "o ciclone atingiu a costa a 27 quilómetros a sul de Pemba" e que "há um hotel que ficou muito destruído, porque fica mesmo encostado à costa", para além de haver "muitos armazéns destruídos, muitas estruturas que sofreram".
"Inclusive a HELPO perdeu o escritório", apontou o responsável, que indica que a expectativa era que a tempestade "tivesse sido mais pesado, e agora estamos ainda preocupados com as horas seguintes, porque pode haver um aumento da chuva, e por isso ainda continuamos muito alerta".
Para Carlos Almeida, "as lições do passado foram aprendidas" pelo Instituto Nacional de Gestão de Desastres e Calamidades de Moçambique, "nomeadamente após o ciclone Idai, Kennedy e depois agora mais recentemente no norte também o ciclone Gombe".
Segundo o coordenador da HELPO, o instituto "trabalhou muito na prevenção", enviando avisos "há mais de uma semana". "Quem não tem internet recebe mensagens por SMS com avisos constantemente, ou seja as populações estavam bem avisadas e bem preparadas para este evento", disse.
O ciclone tropical intenso Chido, de escala 3 (1 a 5), atingiu a zona costeira do norte de Moçambique na noite de sábado para domingo, segundo o Centro Nacional Operativo de Emergência (CNOE), "enfraqueceu para tempestade tropical severa", mas "continua a fustigar" aquelas duas províncias do norte, com "chuvas muito fores acima de 250 mm [milímetros]/24 horas, acompanhada de trovoadas e ventos com rajadas muito fortes".