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Pelo menos 14 mortos no arquipélago francês de Mayotte devido ao ciclone Chido

15 dez, 2024 - 09:40 • Lusa

Este é um balanço provisório do impacto do ciclone, o mais devastador desde 1934, no território ultramarino francês de cerca de 320.000 habitantes, que é também o departamento mais pobre do país.

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Ciclote Chido causa mortes e estragos no arquipélago francês de Mayotte. Foto: Forças Armadas de França/EPA
Ciclote Chido causa mortes e estragos no arquipélago francês de Mayotte. Foto: Forças Armadas de França/EPA
As autoridades esclareceram que o balanço é "muito provisório".  Foto: Yoan Valat/EPA
As autoridades esclareceram que o balanço é "muito provisório". Foto: Yoan Valat/EPA

Pelo menos 14 pessoas morreram em Mayotte, arquipélago francês do oceano Índico, devido à passagem do ciclone tropical Chido, que devastou no sábado parte destas ilhas situadas no sudeste do continente africano, segundo um balanço provisório comunicado este domingo à AFP.

Pelo menos nove pessoas encontram-se em estado muito grave e 246 estão em diferentes graus de sofrimento, disse à agência de notícias francesa o presidente da câmara de Mamoudzou.

Este é um balanço provisório do impacto do ciclone, o mais devastador desde 1934, no território ultramarino francês de cerca de 320.000 habitantes, que é também o departamento mais pobre do país.

Um outro balanço comunicado à televisão pública francesa pelo Centro Operacional Departamental, organismo encarregado de gerir as crises nos departamentos franceses sob a autoridade do delegado do Governo, aponta para pelo menos 11 mortos.

As autoridades esclareceram que o balanço é "muito provisório", uma vez que as favelas, que são numerosas nas ilhas, foram praticamente destruídas pela força do vento que atingiu 220 quilómetros por hora.

Grande parte das infraestruturas do arquipélago está inacessível, a começar pela maioria das estradas e pelo aeroporto internacional de Mamoudzou, cuja torre de controlo foi gravemente danificada.

O Governo francês enviou um primeiro contingente de 140 soldados e bombeiros sapadores da França metropolitana, a que se seguirão outros destacamentos até um total de 800 efetivos.

O Ministério da Defesa também enviou um avião de carga militar A400M para o arquipélago.

Efeitos do ciclone Chido já se sentem no norte de Moçambique

O efeitos do ciclone tropical intenso Chido já se fazem sentir no norte de Moçambique, nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, sobretudo nas zonas costeiras, com cortes de eletricidade que limitam as comunicações, reportou a ONG ActionAid.

"A situação na cidade de Nampula permanece tranquila. Foram registadas chuvas e trovoadas, mas, neste momento, a chuva abrandou e, inclusivamente, parou. Ainda não foi possível estabelecer contacto com o distrito de Memba, onde se suspeita que o impacto tenha sido significativo", lê-se num balanço feito esta manhã por aquela Organização Não-Governamental (ONG).

Segundo a ONG, em Cabo Delgado "já se registam danos, como desabamento de muros e telhados" e "prevê-se que as zonas costeiras estejam já a sofrer os efeitos mais severos do ciclone".

"Vários bairros da província de Nampula estão sem energia elétrica, o que pode dificultar a recolha de informações. A falta de comunicação poderá estar relacionada com os efeitos do ciclone. Situação que se regista até mesmo na província de Cabo Delgado com destaque para os distritos de Pemba e Mecúfi", refere ainda.

A companhia aérea LAM já cancelou hoje três voos com destino à região norte de Moçambique.

Equipas de apoio humanitário das Nações Unidas foram mobilizadas para Cabo Delgado, face à aproximação do ciclone de nível 3, que entretanto evoluiu para tempestade tropical severa.

As autoridades moçambicanas admitiram na quinta-feira que cerca de 2,5 milhões de pessoas poderão ser afetadas pelo ciclone tropical Chido nas províncias de Nampula e Cabo Delgado.

"Nós achamos que podemos, inicialmente, começar a trabalhar com uma estimativa de cerca de 2,5 milhões de pessoas nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, que poderão ser afetadas e precisarão ser socorridas", disse a diretora nacional do Centro Nacional Operativo de Emergência (Cenoe), Ana Cristina, durante uma sessão extraordinária do órgão face ao alerta de ocorrência do ciclone.

O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) moçambicano agravou o alerta perante a aproximação da tempestade, prevendo ventos até 220 quilómetros por hora (km/h).

Num aviso vermelho, o INAM reforça que aquele ciclone tropical evoluiu na quinta-feira para o estágio de "intenso", ao aproximar-se do canal de Moçambique.

As autoridades apontaram ainda as províncias da Zambézia e Tete, no centro de Moçambique, e Niassa, no norte, como algumas que poderão ser também afetadas pelo mau tempo.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.

Já na primeira metade de 2023, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afetaram mais de 1,3 milhões de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula, de acordo com dados oficiais do Governo.

[Notícia atualizada às 12h20 de 15 de dezembro de 2024 para acrescentar informações de Moçambique]

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