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Bruxelas com novo ritmo. António Costa lidera o primeiro Conselho Europeu do seu mandato

19 dez, 2024 - 08:39 • Pedro Mesquita , enviado da Renascença a Bruxelas

É hoje que António Costa sobe ao palco de Bruxelas para liderar o primeiro Conselho Europeu do seu mandato. E será essa, muito provavelmente, a principal novidade, numa altura em que as crises políticas na Alemanha e em França deixam a União num “real compasso de espera”, e o mundo aguarda pelo regresso de Trump à Casa Branca.

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O presidente da Ucrânia vai sentar-se à mesa com os 27, mas Zelensky já é um convidado habitual, e os holofotes voltam-se agora, sobretudo, para o novo presidente do Conselho Europeu.

Não tanto pelas conclusões que poderão sair desta cimeira – esperam-se poucas novidades - mas principalmente pelo método de trabalho, pelo ritmo que António Costa pretende imprimir. Este presidente do Conselho quer - por exemplo - encurtar as cimeiras de dois, para apenas um dia e perder menos tempo a debater virgulas e pontos finais, para dar mais espaço ao debate de ideias e à construção de pontes.

O sucessor de Charles Michel também está a preparar uma espécie de retiros. A ideia será agendar encontros de reflexão entre os líderes europeus, com o primeiro – ao que apuramos – previsto já para fevereiro de 2025.

Será a situação na Ucrânia a marcar o arranque dos trabalhos, mas a presença de Zelensky já não é novidade e não se espera qualquer decisão mais surpreendente, ou arrojada, dos 27. Há uma espécie de “standby” até à tomada de posse de Donald Trump.

No mais recente esboço para as conclusões deste Conselho Europeu, a que a Renascença já teve acesso, há principalmente uma garantia para dar ao presidente ucraniano: A União Europeia vai manter o apoio político, financeiro, militar e humanitário, “pelo tempo que for preciso”.

Já todos ouvimos isto noutras cimeiras, mas em tempos tão incertos a promessa é sublinhada. Também se lê que é urgente acelerar a entrega de sistemas aéreos de defesa à Ucrânia, tal como munições e mísseis.

No capítulo sobre o Médio Oriente, o grande destaque vai para a Síria. No primeiro Conselho Europeu após a queda do regime liderado por Bashar al-Assad, o projeto de conclusões sublinha que “esta é uma oportunidade histórica para reconstruir a Síria e unir o seu povo de uma forma inclusiva”, e acrescenta que é preciso respeitar os direitos humanos, incluindo os direitos das mulheres, bem como os membros das religiões e etnias, que estão em minoria.

Já sobre o Líbano, os 27 aplaudem o acordo de cessar-fogo alcançado a 27 de novembro e “reitera o apelo a um cessar-fogo imediato em Gaza”.

A proposta de conclusões deste Conselho Europeu inclui, ainda, uma referência à Venezuela que a União segue com preocupação. Há um apelo à libertação dos presos políticos.

Os 27 prometem, por outro lado, “mobilizar todas as ferramentas ao seu dispor para apoiar a democracia e uma transição pacifica e inclusiva na Venezuela".

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