19 dez, 2024 - 14:17 • Daniela Espírito Santo , João Pedro Quesado com Reuters
Kursk será libertada. A garantia foi deixada esta quinta-feira por Vladimir Putin. Na habitual conferencia de imprensa de balanço do ano, o Presidente russo assegurou que as tropas ucranianas serão expulsas daquela região russa, mas reconhece que as operações militares são complexas, e disse que a guerra na Ucrânia devia ter começado mais cedo.
Não se compromete, por isso, com um prazo para o fim da ofensiva naquela região russa, que está a ser alvo de ataques por parte da Ucrânia.
"Não quero dar-vos uma data específica para a retirada. Os nossos soldados estão a lutar e as operações são complexas. A Ucrânia enviou as suas melhores unidades de assalto para a região de Kursk. Mas vamos acabar com eles, de certeza absoluta. Não pode ser de outra forma. Mas não posso dar uma data específica neste momento", diz.
"Há planos, mas não me são comunicados regularmente. Quanto aos danos em Kursk, que é a parte que mais interessa às pessoas, tudo será reconstruído: rede rodoviária, infraestruturas municipais, equipamentos sociais, escolas, jardins-de-infância, clubes, habitações. Vamos reconstruir tudo", confirma.
Quanto à guerra em território ucraniano, Putin garante que a Rússia está prestes a atingir os principais objetivos da chamada operação militar especial desencadeada em fevereiro de 2022.
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Por outro lado, o chefe de Estado russo afirmou que a invasão da Ucrânia devia ter acontecido mais cedo, e que devia ter sido melhor preparada. Questionado pelos jornalistas sobre se teria feito alguma coisa diferente em 2022, Putin apontou que a Rússia começou a nova fase da guerra "sem qualquer preparação especial" porque era impossível esperar e ver a situação deteriorar-se mais. Depois, respondeu que faz menos piadas e ri menos desde fevereiro de 2022.
Noutro plano, o Presidente russo garante que a economia da Rússia é estável, apesar da inflação, e deixou um recado à NATO: o grau de prontidão do exército russo está no nível mais elevado para responder em caso de ameaça.
Quanto à futura relação com Donald Trump, o líder do Kremlin garante que está preparado para dialogar com o futuro presidente dos EUA e rejeita a ideia de fragilidade da Rússia na relação bilateral com Washington.
Já sobre a situação na Síria, Putin rejeita que a queda de Bashar al-Assad seja uma derrota de Moscovo, indicando Israel como o "principal beneficiário" da mudança de regime.
"A Rússia condena a apreensão de quaisquer territórios sírios. Isto é óbvio", declarou Putin, referindo-se à ocupação, por tropas israelitas, da zona de exclusão entre Síria e Israel, nos Montes Golã.