20 dez, 2024 - 17:49 • João Pedro Quesado
Donald Trump avisou esta sexta-feira a União Europeia (UE) de que vai enfrentar um aumento nas taxas aduaneiras sobre as exportações para os Estados Unidos da América (EUA) se os países europeus não comprarem mais petróleo e gás norte-americanos.
Numa publicação na rede social Truth Social, de que é dono, o Presidente-eleito afirmou ter dito “à União Europeia que devem compensar o tremendo défice com os Estados Unidos através da compra de larga escala do nosso petróleo e gás”. Não é claro a quem Trump terá transmitido esta mensagem, nem quando.
“De outra forma, é TAXAS até ao fim!”, ameaçou Trump, que vai tomar posse como Presidente dos EUA a 20 de janeiro. A frase ecoa uma das promessas de campanha do republicano, que garantiu aos eleitores que a implementação destas taxas aduaneiras sobre os produtos europeus, da China, Canadá, México e outros países é o caminho para reduzir os preços após o período inflacionista pós-pandemia.
No primeiro mandato na Casa Branca, entre 2017 e 2021, Donald Trump impôs taxas aduaneiras de 25% sobre as importações de aço europeu, e de 10% para as importações de alumínio, o que levou a UE a retaliar com taxas sobre produtos norte-americanos no valor de 6 mil milhões de dólares. Essas taxas estão suspensas de forma mútua até ao fim de março de 2025.
Os EUA são o maior produtor mundial de petróleo, e passaram a ser o maior fornecedor de gás natural liquefeito à UE desde que o início da guerra na Ucrânia e as consequentes sanções reduziram abruptamente o fornecimento de gás russo à Europa através dos gasodutos. Mas a UE ainda compra gás à Rússia - no terceiro trimestre de 2024, o gás russo representou 20% das compras de gás natural, de acordo com os números do Eurostat, algo que a Comissão Europeia quer reduzir.
De acordo com o “The Guardian”, um estudo do governo norte-americano, encomendado pela administração de Joe Biden, mostra que aumentar as exportações de gás natural liquefeito dos EUA pode levar a aumentos nos preços do gás em até 30% para os consumidores norte-americanos.