Vários municípios querem os milhões que a ANA vai pagar a Lisboa
01 abr, 2015 - 17:34 • Henrique Cunha
Está aberta uma "caixa de Pandora". Porto, Faro, Matosinhos, Maia e Vila do Conde exigem à ANA o mesmo tratamento que vai ser dado a Lisboa, que receberá cerca de quatro milhões de euros.
O acordo entre a Câmara de Lisboa e a ANA - Aeroportos de Portugal, que prevê que a empresa pague à autarquia cerca de quatro milhões de euros respeitantes à taxa turística da cidade, abriu uma autêntica "caixa de Pandora". Quem o afirma é o presidente da Câmara da Maia, que reclama da ANA aeroportos tratamento igual ao dispensado à capital.
Bragança Fernandes sustenta que está a ser pago um "subsídio" à autarquia da capital por ter um aeroporto. "Isto é uma caixa de Pandora. Isto é um subsídio que a ANA está a dar a Lisboa por ter lá um aeroporto. Nesse caso, nós também queremos. Somos todos portugueses. Queremos ter igualdade de oportunidades", atira, em declarações à Renascença.
"Eu quero é que a ANA no Porto, em Faro, na Madeira, na Maia e em Beja tenha a mesma atitude com os concelhos; porque não há concelhos de primeira e de segunda", explica.
As câmaras de Maia, Matosinhos e Vila do Conde, municípios por onde se entendem os terrenos do aeroporto Francisco Sá Carneiro, estão a estudar do ponto de vista legal a criação de uma taxa por cada levantamento ou aterragem de um avião: "Temos tido várias reuniões entre nós. O valor não está calculado. Estamos a estudar a parte legal da questão e, por isso, contratámos um gabinete para nos tratar de toda esta operação."
A Câmara do Porto enviou, por carta, um pedido de reunião ao presidente da ANA para discutir a questão da taxa turística.
As movimentações neste sentido não se dão só a norte. A Câmara de Faro está também a estudar a introdução de uma taxa turística para depois exigir à ANA o mesmo tratamento dado a Lisboa.
A Renascença solicitou à ANA, empresa gestora dos aeroportos nacionais, um comentário, mas não obteve qualquer resposta até ao momento.
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