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Máquina fotográfica é arma para integração da comunidade cigana em Leiria

02 mai, 2015 - 10:33

Crianças da comunidade cigana foram desafiadas a fotografar o que mais gostam no bairro em que vivem.

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De máquina fotográfica na mão, crianças residentes no bairro Cova das Faias, às portas de Leiria, maioritariamente habitado por famílias ciganas, selecionaram cinco imagens para responder à pergunta sobre o que é que mais gostam no bairro.

As fotografias mostram a família, animais, aspetos da natureza e até gomas, mas revelam, igualmente, o bairro onde mora este projeto, - denominado "Giró o Bairro"- que, além da fotografia, inclui um conjunto de outras atividades lúdicas e pedagógicas.

"Através do Photovoice, metodologia que utiliza a fotografia e a voz, fazem-se perguntas, cujas respostas são dadas pela imagem. O nosso objetivo é compreender como é que as crianças vivem no bairro, o que mais gostam, o que menos gostam, o que podem mudar", disse à agência Lusa Tânia Marques, técnica de serviço social, de 26 anos, da InPulsar - Associação para o Desenvolvimento Comunitário, criada devido à "lacuna no apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social".

Este projeto já mora no n.º 19 no bairro Cova das Faias, enquanto a segunda iniciativa para a integração da comunidade cigana, "Il Trovatore -- Os Roma do Lis", pela Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP), ambos financiados pela Câmara de Leiria, começou agora.

"Contudo, existe já um trabalho com a comunidade local, que prevê um caminho que famílias do bairro criem em conjunto com de fora do bairro", explicou o diretor artístico da SAMP, Paulo Lameiro, referindo que, "além da criação em conjunto, haverá grupos de famílias externas ao bairro que aí irão actuar e grupos do bairro que serão convidados a criar e a atuar fora do seu território, num outro espaço".

Segundo este responsável, vai ser implementado em três fases "um programa que passa por ter artistas criativos a ensaiar e criar música instrumental e vocal no bairro e fora do bairro, por famílias do bairro e de fora do bairro, e cruzar as identidades e gostos musicais de todas as pessoas envolvidas".

"Teremos ensaios em conjunto, residências criativas com famílias e actuações finais por todo o grupo", declarou Paulo Lameiro, realçando que é "pelo trabalho criativo em conjunto por pessoas da comunidade cigana e fora dela, e pelo envolvimento intergeracional nesse trabalho, que se chegará à inclusão".

A presidente da InPulsar, Lisete Cordeiro, adiantou que o "Giró o Bairro", que intervém junto de 18 famílias e 35 crianças do bairro, trabalha "competências pessoais e sociais" através de diversas atividades, que inclui o apoio ao estudo.

Para a responsável, "há muito trabalho a fazer para melhorar a sua integração na sociedade".

Considera ainda existir "muitos estereótipos e preconceitos relativamente a esta comunidade que, muitas vezes, a impossibilita no acesso à escola ou ao trabalho".

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