17 jun, 2015 - 18:29 • Eunice Lourenço
Os Estados Unidos aceitam um aumento do número de trabalhadores portugueses que ficam na base militar das Lajes e a requalificação das infra-estruturas vai ficar suspensa até ser feita uma clarificação das alternativas propostas. São duas das decisões saídas da sessão extraordinária da comissão bilateral permanente entre Portugal e os Estado Unidos.
A reunião decorreu esta terça-feira, em Washington, mas os resultados só foram dados a conhecer esta quarta-feira, por comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE). Segundo esse comunicado, "esta sessão extraordinária permitiu que se alcançassem alguns entendimentos com os EUA em matérias laborais, de infra-estruturas, ambientais e de mitigação socioeconómica".
Entre esses entendimentos, está o compromisso dos EUA em permitir a rescisão por mútuo acordo a todos os trabalhadores que o desejem e assegurar as acções de formação e de requalificação necessárias à manutenção na base das Lajes dos que pretendam ficar, mas cujos postos de trabalho sejam extintos.
Os EUA também aceitaram um aumento do número de trabalhadores portugueses que vão continuar a trabalhar nas Lajes, mas o número não é divulgado.
Os últimos números conhecidos davam conta da intenção de dispensar cerca de 500 trabalhadores e manter 164 pessoas.
A Renascença contactou o MNE para saber quantos trabalhadores agora poderão ficar, mas esse dado não é fornecido com o pretexto de que se trata de "negociações intensas e muito complicadas".
O MNE português salienta ainda como muito positiva a suspensão do processo de reconfiguração das infra-estruturas da base. Esse processo fica "suspenso até à clarificação das iniciativas de utilização alternativas propostas ao Departamento de Defesa pelo Congresso norte-americano". Ou seja, vai ser possível discutir usos alternativos da base das lajes, incluindo o estudo que tem vindo a ser desenvolvido pela Câmara dos Representantes, que pretende conter a redução de militares nas Lajes.
Nesta sessão extraordinária ficou também acordado que será reforçada a componente técnico-ambiental deste processo "com o objectivo de melhor enquadrar as necessárias acções de descontaminação". E o Governo norte-americano, lê-se no comunicado, "reiterou a intenção de apoiar activamente o esforço de identificação de novas oportunidades económicas e de investimento na Ilha Terceira e no conjunto da Região Autónoma dos Açores".