19 jun, 2015 - 18:15 • Celso Paiva Sol
A ministra da Administração Interna mandou instaurar um inquérito ao processo de consignação dos meios aéreos do Estado.
Anabela Rodrigues quer saber como é possível que quatro dos cinco helicópteros Kamov estejam parados por avaria e ordenou à Inspecção-Geral da Administração Interna que apure responsabilidades.
Em causa está o momento da mudança de empresas responsáveis pela manutenção e operação dos helicópteros do Estado, em especial os cinco aparelhos pesados Kamov, de fabrico russo.
Em Março, quando se iniciou a transferência dos meios da Heliportugal para a Everjets, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) diz ter detectado avarias graves nas aeronaves, tão graves que quatro delas estavam, pura e simplesmente, impossibilitadas de voar.
Dois helicópteros talvez ainda possam voar durante esta época de incêndios, mas outros dois dificilmente estarão operacionais durante o Verão.
Com a época de incêndios em curso, já na fase “Bravo” e a 15 dias da fase “Charlie”, a Protecção Civil tem tentado compensar a ausência destes meios, nomeadamente através do aluguer, não previsto, de helicópteros ligeiros e aviões bombardeiros médios.
Os Kamov parados não são os únicos aparelhos em falta, porque ao serviço também deveriam estar dois aviões Canadair, que ainda não têm o necessário visto do Tribunal de Contas.
Nesta altura, na fase “Bravo”, entre helicópteros e aviões, deveriam estar ao serviço 30 aparelhos, mas só estão 24.
Considerando a gravidade dos factos e as consequências financeiras e operacionais da ausência dos Kamov, a ministra da Administração Interna mandou agora investigar.
Presume-se que o principal alvo seja a Heliportugal, a anterior empresa responsável pela manutenção dos helicópteros.
- Ascensão, queda e… ascensão (?) da maior empresa de helicópteros portuguesa